É possível que quando alguém se aproxima de um jornalista - o amigo que vem de longe, na distância ou no tempo; a criatura que se acabou de conhecer e com quem se simpatizou; a senhora bonacheirona da mercearia que coloca sempre no saco umas tangerinas a mais; o porteiro do prédio que todos os dias amortece a má disposição matinal com um caloroso bom-dia; o empregado do café do costume; o indivíduo que partilhou um cigarro numa noite qualquer e todos aqueles que não integram o núcleo duro da existência individual do jornalista -, é possível, dizia, que algum deles possa genuinamente aproximar-se sem que mais-dia-menos-dia acabe a pedir uma entrevista ou uma notícia ou uma reportagem porque ela, a dita pessoa, ou a prima ou a irmã da prima vai lançar um livro ou um filme ou uma banda ou um projecto ou abrir uma loja ou fazer uma denúncia ou o raio?!
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Cara Helena
ResponderEliminarVou tentar lembrar-me deste "post" quando (ou se?) "mais-dia-menos-dia" pensar em "pedir-lhe uma entrevista ou uma notícia ou uma reportagem" :-)
Mas, já agora.................
:-D
AM
é uma possibilidade directamente proporcional à de um jornalista nunca vir a pedir nada aos amigos, conhecidos, vizinhos, primos, etc., no sentido de facilitar a sua vida profissional :-)
ResponderEliminarApesar de tudo, acho essa a mais insuportável tentação da profissão: o de julgar que os outros pensam como nós.
ResponderEliminarÉ que, realmente, nem sempre pensam.