domingo, março 30, 2008

The lovebirds


Está tudo maluco??? O filme de Bruno Almeida foi exibido no Fantasporto - Porto - e não há uma mísera sala desta cidade que tenha o filme???

Porto: A cidade mais pobre da Península Ibérica

Dados revelados recentemente colocam a cidade do Porto como a mais pobre da Península Ibérica e uma das mais pobres da União Europeia (UE). O distrito do Porto já ultrapassou os valores de âmbito nacional e concentra 45% dos beneficiários do Rendimento Social de Inserção.
in jpn@icicom.up.pt

sábado, março 29, 2008

[Foto: João Carvalho Pina]

"As pessoas estão sempre com problemas de perda e não percebem. Não percebem tudo o que perdem por cada coisa que ganham. E, por isso, estão sempre a mudar. Sempre à procura de alguma coisa. É uma técnica comum: agarramos os sonhos, as fábulas, a imaginação, como exercício de sobrevivência".
João Lourenço

sexta-feira, março 28, 2008

Fuga

[Foto: JMG]

Falavam todos os dias. Ou talvez não todos os dias, que todos os dias são muitos dias. Mas quase todos os dias e nesses dias seguramente várias vezes ao dia. São mais vezes do que as vezes que se viram. Viram-se duas ou três vezes. Quatro, com alguma generosidade. Falavam sem se verem. Aparelhos electrónicos que a sociedade tecnológica inventou para reduzir distâncias - ou aumentar, who knows?. Não tinham nada para dizer. Falavam por falar. A horas insuspeitas, improváveis, sem hora marcada. Sem assunto. Jogo de pingue-pongue em que os pontos chegam sob a forma de mensagem.

Falavam sem saber se no dia seguinte ainda falariam - who cares?. Sem saber o que significa falar assim por falar. Mas a saber que de tanto falar por falar podiam nunca mais falar que nunca mais esqueceriam. O tempo em que aquele era o único sítio para onde podiam fugir. Cada um saberá de quê.

Cormac McCarthy: A Estrada

- Posso perguntar-te uma coisa?
- Sim. Claro que podes.
- O que é que fazias se eu morresse?
- Se tu morresses, eu ia querer morrer também.
- Para poderes ir ter comigo?
- Sim. Para poder ir ter contigo.
- Está bem.

A Estrada, Cormac McCarthy

quinta-feira, março 27, 2008

Portishead - Coliseu do Porto


I can't deny what I've become
I'm just emotionally undone
I can't deny, I can't be someone else

when I have tried to find the words
To describe this sense absurd
Try to resist my thoughts
But I can't lie

I've been losing myself
My desire I can't have
No reason am I for

terça-feira, março 25, 2008

Stefanie Schneider



Do you think there is only one perfect match?
and why is it so hard to contain happiness
even though everybody has the best intentions
why do we have to fuck up all the time sad

Of course not just one match
you are too melodramatic
you're the absolute wrong person to be in a relationship
we love and sex cut apart
you are too melodramatic
way too melodramatic
said that it's like you purposefully want to dance on the edge of a knifewell,
it's frightening and unhealthy

Portishead - The rip

As she walks in the room,
Scented and tall,
Hesitating once more.
And as I take on myself,
And the bitterness I felt,
Realise that love lost, while
White horses,
They will take me away,
And the tenderness I feel,
Will send the dark underneath,
Will I follow?

Through the glory of life,
I 'm scattered on the floor,
Disappointed and sore.
And in my thoughts I have bled,
For the riddles I've been fed,
Another lie moves over, while
White horses,
They will take me away,
And the tenderness I feel,
Will send the dark underneath,
Will I follow?

terça-feira, março 18, 2008

Golden Era

Don´t show me your golden smile
'cause i'm trying to forget you
But if you try to hide... my love
I will catch you

Rita Red Shoes

segunda-feira, março 17, 2008

Rita Red Shoes

É a Alison Goldfrapp nacional, a Alison dos tempos áureos da Goldfrapp britânica. A rapariga mais perigosamente sexy, terrivelmente tímida, irresistivelmente cândida da nova música portuguesa. Anteontem, antecâmara do lançamento do trabalho, o promissor primeiro, "Golden Era", Rita Pereira, 26 anos, vulgo Rita Red Shoes e os seus Run Run Boys, estiveram no Plano B, Porto, para um concerto absolutamente memorável... a fazer ter saudades dos concertos de Verão.

sexta-feira, março 07, 2008

"Migalhas"

"Quando não estiveres cá e me sentir sozinho como as migalhas que sobrarem. Vou contar-te um segredo: há alturas em que as migalhas ajudam".

António Lobo Antunes in Visão

sábado, março 01, 2008

"Chovem amores na rua do matador"


Peça de Mia Couto e José Eduardo Agualusa, “Chovem Amores na Rua do Matador”, no Auditório Municipal de Viana do castelo, às 22h00. O texto é um inédito dos dois escritores africanos para o Trigo Limpo Teatro acert e resulta de uma colaboração, que se iniciou em finais de 1992, com a adaptação feita pelo grupo de alguns contos de Mia Couto. A partir desse ano, criou-se um laço entre o grupo de teatro e o escritor, que está também ligado a Agualusa por uma grande amizade.

É desta teia de afectos que nasce “Chovem Amores na Rua do Matador”, história em que Baltazar Fortuna regressa a Xigovia para matar… saudades. Pretende reencontrar os seus ex-amores: Mariana Chubichuba, Judite Malimali e Ermelinda Feitinha, mas, num sonho, as três, dizem-lhe: “Nós não te precisamos matar, nós já te matámos dentro de nós. Há muito tempo que não vives nas nossas vidas…”

A propósito da criação do texto a dois, José Eduardo Agualusa afirma: “A escrita foi muito fácil. O tom estava dado (pelo Mia) e limitei-me a ser aquelas mulheres, seguindo um registro não muito dissonante do do personagem masculino – mas contrariando a sua versão. Trabalhar com o Mia foi como conversar com ele, muitíssimo divertido e gratificante. Nem sei se a isto se pode chamar trabalho.”

Para Mia Couto o texto “mais do que produzido a duas mãos, foi feito a duas almas. Combinámos, logo de início: eu farei de homem, tu farás de mulher. E fomos, sem falar, acertando que a peça falaria de amores e mortes (não são estes os únicos motivos da literatura?)”.