sexta-feira, julho 08, 2011

O quarto F (III): Momento Nirvana


Se houve um deus foi Dave Grohl, momento Nirvana da noite e da "música que é feita por pessoas", à moda antiga, sem computadores. Estávamos lá por causa deles, dos Foo Fighters. Quente. Tirando isso, não houve heróis, apesar de Zé Pedro ter subido ao palco como se fosse um. É possível não gostar por aí além dos Xutos, mas não é possível não gostar do guitarrista. Morno. Não houve cheiro a imortalidade, apesar de Iggy Pop ter desafiado uns quantos a subirem ao palco e ter feito o que faz sempre: dar tudo o que todos queremos ouvir, a abrir, a rasgar, a queimar. Morno, ainda assim. Não houve revolução, apesar de os Primal Scream terem pedido e cumprido e esgotado o palco Super Bock. Nós, atrasados, claro. Morno, por isso. Não houve tempestade, apesar de os My Chemical Romance terem tentado. Frio. Andámos por todos os palcos, às vezes em contra ciclo, às vezes numa nuvem, tropeçámos nuns intrigantes Goose e quase ficámos, no Kele e percebemos que gostávamos mais dele nos Bloc Party, nuns Buraka para indefectíveis, num Canibal solitário a fechar a noite, fizemos escala em todos, não acabámos em nenhum. Ou a noite foi morna ou estamos mesmo a ficar velhos. 

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