sexta-feira, agosto 25, 2006

Diálogos pueris II

Ele: Nunca mais consegui refazer a minha vida.
Ela: Tanga. Já passaram dez anos!!!
Ele: Dez anos de sofrimento.
Ela: (risos) Tu é que sofreste?!
Ele: Sim, eu. E continuo. Por isso é que não consigo ser teu amigo.
Ela: Isso é ridículo. Então, nunca chegaremos a ser.
Ele: Não acreditas que continuo a sofrer? Que nunca mais tive nenhuma relação séria?
Ela: Claro que não! Tiveste pelo menos uma namorada. Lembro-me de te ver com ela...
Ele: Não durou muito. Ela não tinha paciência para mim...
Ela: Eu tinha?
Ele: Também não.
Ela: Então o problema deve ser teu.
Ele: Pode ser. Mas, no nosso caso, a culpa foi tua.
Ela: Minha?! Tu é que me traíste, lembras-te?
Ele: Era fraco. De repente, parece que era assediado por todas mulheres... mas mudei.
Ela: Quer dizer que não me traíste só uma vez?
Ele: Não.
Ela: Quantas? Lembras-te?
Ele: Algumas. Mas todas sem importância.
Ela: (...)
Ele: Sem importância, a sério. Eu gostava de ti. Teria ficado contigo até hoje.
Ela: Dez anos depois, eis o sound byte do dia. Devia ter imaginado.
Ele: Mas tu fizeste pior...
Ela: (risos) A sério? (risos, risos, risos). O que é que eu fiz? Isto é, além de ter continuado contigo mais não sei quanto tempo?
Ele: Tu tinhas um melhor amigo.
Ela: (risos) A sério? Isso é grave? É que ainda o tenho. É o meu melhor amigo há 20 anos. E?
Ele: E eu tinha ciúmes dele.
Ela: E por isso desataste a sair por aí... porque eu tinha um amigo?!
Ele: Sim. Para me vingar. E tinha razão...
Ela: Tinhas?!
Ele: Tinha. Continuas a ser amiga dele. E eu continuo sozinho.

1 comentário:

  1. o amor é tudo. a amizade é tudo o resto. o medo será o principal inimigo de quem o tem.
    pueril apenas porque «a criança é o pai do homem».

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