Conheci o irmão Roger em 1997 quando fui, pela primeira vez, a Taizé. Foi o comovente final de uma semana de retiro espiritual maior do que a própria vida. Durante muito tempo vigiei-lhe os passos, a saúde, a idade, na certeza de que teria que o reencontrar outra vez antes de morrer. O ano passado, uma mulher estragou-me a intenção, imperdoavelmente adiada, assassinando-o no fim de uma oração.
O irmão François recorda-o hoje, no Público, a propósito do primeiro aniversário da sua morte:
"O irmão Roger fascinou certamente pela sua inocência, pela sua percepção imediata, pelo seu olhar. E penso que ele viu nos olhos de algumas pessoas que o fascínio se podia transformar em desconfiança ou em agressividade. Para uma pessoa que carrega conflitos insolúveis, essa inocência pode tornar-se insuportável. E nesses casos não basta insultar essa inocência. É preciso eliminá-la.
O doutor Bernard de Senarclens escreveu: "Se a luz é demasiado forte (e penso que o que brotava do irmão Roger podia deslumbrar) nem sempre é fácil suportá-la. Então só resta a solução de apagar essa fonte luminosa, suprimindo-a."
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