Não sei se o filme de Neil Armfield é bom. A maioria dos críticos deu-lhe uma estrela. Mas sei que o quotidiano de quem é dependente de heroína dificilmente poderia ser mais arrepiantemente próximo da realidade. Mesmo quando se ama alguém. Sobretudo quando se ama alguém. E se promete trocar a droga pelo amor. E se tenta sair, uma vez, duas, três... e nunca se consegue. E se não for por outra coisa, vale a pena ver o filme por isso. Para sangrar. "When you're on it you don't want to stop, when you want to stop you can't."
E sei que Heath Ledger (o cowboy de Brokeback Mountain; o meu preferido era o outro, Jake Gyllenhaal) mostra porque é que não mereceu ganhar o Oscar.
“There were good times and bad times, but in the beginning there were more good times. When I first met Candy those were the days of juice, when everything was bountiful. Only much later did it all start to seem like sugar and blood, blood and sugar. . . It’s like you’re cruising along in a beautiful car on a pleasant country road with the breeze in your hair and the smell of eucalyptus all around you. The horizon is always up there ahead, unfolding towards you, and at first you don’t notice the gradual descent, or the way the atmosphere thickens. Bit by bit the gradient gets steeper, and before you realise you have no brakes, you’re going pretty fucking fast.” Luke Davies
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