Esta noite é noite de chuva de meteoros. Uma chuva luminosa favorecida por estarmos em fase de lua nova e que deve ser particularmente visível em Portugal depois da meia-noite.
Fenómeno conhecido por Perseidas - devido ao facto de os meteoros surgirem de um ponto na constelação de Perseu onde esta se aproxima da constelação de Cassiopeia - tem origem no facto de a cauda do cometa Swift-Tuttle intersectar a órbita da Terra nesta altura do ano. Atendendo à velocidade a que se deslocam - 59 quilómetros/segundo -, até a mais pequena partícula de poeira espacial produz um rasto de luz.
Antes da hora de apogeu, geralmente por volta da uma hora às duas da manhã, logo por volta das 21 horas sucede um momento poético em que se poderão ver algumas estrelas cadentes, antecâmara da exuberância dos meteoros que, segundo astrónomos da NASA, devem atingir este ano a cadência de um por minuto. Mais optimista, o responsável de uma associação de astronomia britânica, Robin Scagell, estimava que "num céu não contagiado por poluição luminosa podem ser vistos até 80 meteoros por hora, o que inclui os mais fracos".
Este é um espectáculo para ver longe da luz das cidades - quanto mais escuro estiver, melhor se poderá ver a trajectória dos meteoros. Mas quem não pode sair do espaço urbano e da poluição da luz artificial, que não desanime. Ainda que muitos dos meteoros e estrelas cadentes passem despercebidas, as Perseidas não deixarão de ser visíveis.
Fenómeno de carácter regular, sucede todos os anos na primeira quinzena de Agosto, atingindo o seu apogeu na noite de 12 para 13. E este ano há um bónus: Marte está a aproximar-se da Terra, tornando-se particularmente visível e brilhante o Planeta Vermelho. Este deverá ser visível mesmo a olho nu, o que se deve ao facto de as órbitas da Terra e de Marte estarem a convergir, devendo o grau máximo de aproximação ocorrer a 27 de Agosto. Os centros dos dois planetas estarão a 55 758 006 quilómetros um do outro, a menor distância dos últimos 59 619 anos, escrevia ontem a BBC. O director do Observatório Astronómico de Lisboa, Rui Agostinho, referiu à Lusa que, além de Marte, "as constelações de Verão aparecerão em todo o seu esplendor: Escorpião, Sagitário, Cisne, Pégaso" e outras.
As Perseidas são também conhecidas como as Lágrimas de São Lourenço, por ocorrerem perto da data em que foi queimado em 258 o santo deste nome.
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