"A mentira é muito feia, mas, infelizmente muito praticada por muito boa gente e não sei se é mais comum na política ou nos políticos do que no resto. Mas não tenho dúvidas de que os políticos mentem e que, muitas vezes, a gente assobia para o ar e finge que não é importante ou que não demos por nada. Para não ir mais longe, basta recuar um ano e recordar a mentira planeada e subjacente àquela espantosa história da conspiração montada em Belém, com a conivência de um jornal, e com a qual se quis convencer o país de que o Governo escutava as conversas da Presidência da República. Ninguém ficou com dúvidas de que toda a história fora fabricada e plantada para ter efeitos políticos em período pré-eleitoral. E o que sucedeu? O Governo optou por não explorar a história em seu proveito, o regime todo aceitou um pacto tácito de silêncio, o Presidente cumpriu um período de nojo determinado pela evolução das sondagens e quem acabou ainda no banco dos réus foi o Diário de Notícias - acusado de ter revelado um documento interno do Público, que expunha toda a trama, sem pudor."
Miguel Sousa Tavares, Expresso
"Quem revelou fraqueza ao longo dos últimos meses? Não foi o BCE, certamente. Os governos, com o seu alto nível de endividamento, foram fracos. Terei eu sido fraco quando expliquei a todos os chefes de Estado do grupo parlamentar do Bundestag por que razão era importante decidir rapidamente? Ou quando informei os chefes de Estado, com toda a independência, de que a situação era séria e que eles tinham de estar à altura dasresponsabilidades?"
Jean Claude Trichet, I (Der Spiegel)
"Veja o estado a que chegámos, a crise grave que estamos a viver. Os partidos são essenciais para a democracia, mas os seus responsáveis não têm uma cultura de exigência, vivem no desembaraço e chico-espertismo. Padecem de duas grandes doenças nacionais: a maledicência e a inveja. (...) Tenho uma experiência do mundo que nenhum outro candidato tem. Se estão satisfeitos com a política, deixem-se estar. Se querem mudar, têm agora uma possibilidade."
Fernando Nobre, Público
"Joaquim é taxista, e a sua filosofia de vida é tão coerente e concisa que consegue explicá-la numa corrida de Odivelas ao Saldanha. Na sua hierarquia de valores, figuram em primeiro lugar os Xutos & Pontapés. Tatuagens, autocolantes e medalhas mostram o tempo que ele dedica a maior parte do tempo a esta paixão. Depois vem a vida amorosa. É um capítulo bem mai complicado e Joaquim resolveu regulamentá-lo de forma inteligente. Aprendeu com a crise. «Isto agora, nos empregos e nas relações, eu adopto o mesmo sistema», explica. «Contratos a prazo. Já não há empregos para toda a vida, pois não? Pois com os amores é o mesmo. Faço sempre assim: primeiro, 15 dias à experiência. Se resultar, partimos para um contrato de seis meses. No fim, reavaliamos a situação. Se houver acordo de ambas as partes, assinamos novo contrato de seis meses.» (...) «Depois, se quisermos continuar», diz Joaquim um tanto pesaroso, «somos obrigados fazer um contrato de dois anos, o que já é uma grande aposta.» (...) Mas o que acontece se um dos amantes se fartar subitamente do outro? Terá de esperar pelo fim do contrato?, pergunto. «Não. Qualquer um dos contratantes tem direito a rescindir antes do termo. Mas nesse caso tem de avisar com um mês de antecedência. Tal como num trabalho, é sempre preciso dar um mês à empresa, também aqui é necessário dar um mês ao outro, para ele se mentalizar.»
Paulo Moura, Pública
"Seguro parece um bom rapaz e muito trabalhador. Deixo-o reformar o Parlamento, ouvir Céline Dion e escrever isso no facebook. Não o deixo governar-me com o meu voto. Entre a velha geração de Mário Soares e esta, a nona, vai uma distância que, seguramente, não descerei."
Clara Ferreira Alves, Única
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