“Temos de vencer a tentação de nos limitarmos ao que ainda temos, ou julgamos ter, de nosso e seguro: seria morrer a prazo, enquanto presença de Igreja no mundo.”
Papa Bento XVI, ontem, nos Aliados, no Porto
Papa Bento XVI, ontem, nos Aliados, no Porto
“No final da visita de Bento XVI, não há como negá-lo: a fé católica está viva e bem viva na população portuguesa. Pode não se querer ver, atribuir ao media, ridicularizar, rebaixar, lastimar, mas não se pode negar que o que se passou aqui, durante os quatro dias de visita papal, foi um impressionante testemunho de fé. Não apenas por parte do velhos, dos pobres, dos desesperados: a presença do papa desencadeou o que muitos mais escondem ou guardam para si: “Não tenhais medo de falar de Deus e de ostentar sem vergonha os sinais de fé”, pediu o papa. Creio que foi ouvido.”
Esther Mucnik, Público
“O que é extraordinário é a facilidade com que os dois principais líderes partidários portugueses mudam de discurso e defendem medidas opostas de um dia para o outro sem pestanejar, nem explicar sequer. Adoptando uma espécie de Bloco Central, não oficial mas apenas oficioso, os líderes do PS e do PSD, José Sócrates e Pedro Passos Coelho, acertaram entre si a forma como o Governo chefiado pelo primeiro concretizará as imposições europeias sobre como baixar o défice em Portugal. E com o maior à vontade deitaram para o balde do lixo aquilo que até à semana passada afirmavam como convicções políticas profundas."
São José Almeida, Público
“É possível fazer toda uma antologia de epítetos, bem datados, sobre a ferocidade e a irresponsabilidade das reacções a quem prevenia do caminho suicidário para que o Governo caminhava e que acabou num país que não tem outro remédio senão fazer o que lhe pedem, sem cuidar de outra coisa que não sejam os resultados a muito curto prazo. O que ainda restava da nossa soberania foi-se porque os vícios nos fragilizaram tanto que tiveram de nos pôr na ordem. E, por muito que se queira meter mais gente no mesmo saco, José Sócrates foi o primeiro responsável por nos entregar a outrem, o nosso destino de servidão.”
Pacheco Pereira, Público
“Para efeitos práticos, José Sócrates não existe. Ainda não lhe disseram que já deixou de governar. Está em S. Bento como estaria uma planta, à espera do momento próprio de ser removido. É uma espécie de delegado regional da Europa ou, se preferirem, um moço de recados, com um emprego temporário e, ainda por cima, vexatório.”
Vasco Pulido Valente, Público
“Não temos eleições de imediato porque Passos Coelho é calculista e inteligente a programar: José Sócrates que se queime na fogueira económica que andou a atear; que se desgaste na recuperação do país; que perca com ou sem Alegre contra cavaco; que enfrente o inevitável descontentamento interno no PS, no qual algumas vozes não tardarão a ouvir-se. Só o estado de coma da economia portuguesa pode fazer com que esta legislatura chegue ao fim. Mas, visto á luz do que se percebe hoje, só mesmo um milagre poderá evitar que José Sócrates não saia de cena mal os eleitores sejam de novo chamados a pronunciar-se."
João Marcelino, DN
"Por estes dias, José Sócrates cumpre o seu calvário. Lançou dinheiro a rodos sobre a crise para a tentar minimizar. O défice disparou, mas esperava ter quatro anos para conduzir lentamente o barco a porto seguro. A crise grega estragou-lhe os planos. Justa ou injustamente, os mercados puseram-nos na lista logo a seguir à Grécia. (...) O pacotaço de merdidas fiscais que o Governo colocou esta semana em cima da mesa não é uma convicção. É uma obrigação, cumprida com uma pistola apontada ao peito."
Nicolau Santos, Expresso
"Há, em Portugal, um primeiro-ministro em funções. Esqueçam. Chama-se José Sócrates, mas já não é o mesmo. O animal feroz deu lugar a um animal acossado, a arrogância foi substituída pela fraqueza, a estratégia (se é que alguma vez a teve) pela táctica. Uma táctica de sobrevivência a todo o custo, que justifica dizer hoje exactamente o contrário do que afirmou ontem. Há agora um primeiro-ministro eleito e um primeiro-ministro-sombra. O primeiro, José Sócrates, encosta-se ao segundo para fazer o inevitável. O segundo, Passos Coelho, aproveita a oportunidade para se afirmar como alternativa, preparando a sucessão."
Luís Marques, Expresso
"Tornar a educação sexual obrigatória resume-se a dizer: forniquem à vontade, divirtam-se, façam o que quiserem, mas com higiene."
D. Duarte, em entrevista à NS
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