"Dentro de hemiciclo, todos batem palmas a Sócrates. Fora do hemiciclo, toda a gente está a pensar na sua vidinha e em torno de quem se vai agrupar no futuro. Já estão a trabalhar em quatro vagas de fundo: Assis, Seguro, Costa e César. O PS corre o risco de uma profunda balcanização. António Costa seria uma boa alternativa se estivesse disponível, mas não está porque tem a CML, que é um trampolim político importante. Não vejo nos outros candidatos mais qualidades do que em Sócrates, apesar de todas as críticas que lhe faço. O momento do PS é um momento difícil. (...). Devíamos tentar ter o melhor resultado possível que não afaste o PS durante muito tempo da área do poder."
José Manuel Torres Couto, ex-secretário-geral da UGT, SOL
"O vosso primeiro-ministro Sócrates é um dos melhores líderes na Europa. Há muitos bons líderes à esquerda na Europa, mas a maneira de vencer é ganhando o centro, como aliás o próprio Sócrates demonstrou. [Ele] está numa situação difícil, mas toma grandes decisões, o que é importante."
Tony Blair, ex-primeiro ministro britânico, Expresso
"O vosso primeiro-ministro Sócrates é um dos melhores líderes na Europa. Há muitos bons líderes à esquerda na Europa, mas a maneira de vencer é ganhando o centro, como aliás o próprio Sócrates demonstrou. [Ele] está numa situação difícil, mas toma grandes decisões, o que é importante."
Tony Blair, ex-primeiro ministro britânico, Expresso
"Se a economia entrar em recessão, haverá menos receitas fiscais e será mais difícil reduzir o défice. Será então necessário aumentar de novo os impostos, se não houver cortes profundos na despesa. mas novo aumento de impostos gerará menos receitas e atingirá de novo a economia, que crescerá menos, num ciclo vicioso sem futuro. A principal factura será paga pela classe média. Ora um país sem classe média reduz fortemente um dos seus motores de crescimento, o da procura interna em geral e o do consumo privado em particular. e a própria democracia sai fragilizada deste processo. O curioso é que não se ouve da parte do Governo nerm da oposição medidas de redução estrutural dos órgãos centrais e locais do Estado."
Nicolau Santos, Expresso
"O que aí vem? Resume-se assim: mais empresas vão fechar. As que se mantêm deixarão de investir. Não nascem empresas novas. o desemprego cresce, aumentando os gastos do estado com subsídios. O consumo privado baixa. Mais empresas fecham. Desemprego outra vez. Mais gastos sociais. Sem capacidade de tomar mais dívida para financiar um novo défice, sobra uma alternativa: voltar a subir impostos. Este copo, completamente vazio, pode ser evitado. Cavaco tem o dever de intervir agora!"
Martim Avillez Figueiredo, Expresso
"O que aí vem? Resume-se assim: mais empresas vão fechar. As que se mantêm deixarão de investir. Não nascem empresas novas. o desemprego cresce, aumentando os gastos do estado com subsídios. O consumo privado baixa. Mais empresas fecham. Desemprego outra vez. Mais gastos sociais. Sem capacidade de tomar mais dívida para financiar um novo défice, sobra uma alternativa: voltar a subir impostos. Este copo, completamente vazio, pode ser evitado. Cavaco tem o dever de intervir agora!"
Martim Avillez Figueiredo, Expresso
"Com o PEC 3 o governo português colocou todo o peso do seu corpo no pé sobre o travão (um ano antes ganhou as eleições prometendo precisamente o contrário). O safanão é de tal ordem que o carro ameaça sair da estrada. A meos que alguém lhe dê, por pequeno que seja, um toque sdobre o acelerador."
Daniel Bessa, Expresso
"O problema está, como de costume, nos dois grandes partidos do centrão, que se começam a desfazer. Divididos, desorientados, sem o mais vago objectivo, fora a sua perman~encia no estado (e, além disso, corruptos), tenderão fatalmente a paralisar o regime e, tarde ou cedo, acabarão por o desmantelar. O Estado social (para quem ainda não deu por isso) acabou no dia 29 de Setembro. Daqui em diante, o PS assistirá inerme á sua agonia, que nenhuma retórica conseguirá disfarçar. E o liberalismo do PSD, numa sociedade iliberal, ficará pela fantasia que é, enquanto portugal empobrece e a economia se afunda. A classe média de estado, com os seus 700 mil funcionários e com a enorme multidão de parasitas que o orçamento mais discretamente alimenta, não permitirá a menor mudança. prefere a segurança na indigência. Sempre preferiu."
Vasco Pulido Valente, Público
"O problema está, como de costume, nos dois grandes partidos do centrão, que se começam a desfazer. Divididos, desorientados, sem o mais vago objectivo, fora a sua perman~encia no estado (e, além disso, corruptos), tenderão fatalmente a paralisar o regime e, tarde ou cedo, acabarão por o desmantelar. O Estado social (para quem ainda não deu por isso) acabou no dia 29 de Setembro. Daqui em diante, o PS assistirá inerme á sua agonia, que nenhuma retórica conseguirá disfarçar. E o liberalismo do PSD, numa sociedade iliberal, ficará pela fantasia que é, enquanto portugal empobrece e a economia se afunda. A classe média de estado, com os seus 700 mil funcionários e com a enorme multidão de parasitas que o orçamento mais discretamente alimenta, não permitirá a menor mudança. prefere a segurança na indigência. Sempre preferiu."
Vasco Pulido Valente, Público
"A gestão pode ser legal e não ter mérito (...). [A culpa] é de toda a cadeia de gestão que assume as decisões. Defendo soluções fortes: que o dispêndio público passe obrigatoriamente a ser justificado segundo os critérios da economia, eficiência e eficácia, sob pena de quem, por negligência ou culpa, o não tenha justificado ser sancionado pecuniariamente. E nos casos mais graves, em que há prejuízo efectivo para o erário público, repor o prejuízo. (...) A má gestão não é sancionada."
Carlos Moreno, Juis jubilado do Tribunal de Contas, Expresso
"Quem não cede em negociações e pressiona o adversário para votar as suas políticas está mais interessado em culpar o inimigo e em vitimizar-se que em resolver qualquer problema. Chegou pois o momento do desastre. E perante o desastre é sempre preferível ter opções. Prevalece a liberdade de escolha. O PS não vai ter Orçamento e depois demite-se. Faz bem. Só os portugueses em democracia podem resolver este imbróglio. Passos Coelho arrisca suicidar-se. Seria prudente ficar quietinho e deixar o Governo cair á força da crise. Mas Passos recusa ficar quieto. E Sócrates está disposto a ir a votos. Dizem que vai ser terrível para o país. mas é o preço da liberdade."
Carlos Ferreira Madeira, i
"Quem não cede em negociações e pressiona o adversário para votar as suas políticas está mais interessado em culpar o inimigo e em vitimizar-se que em resolver qualquer problema. Chegou pois o momento do desastre. E perante o desastre é sempre preferível ter opções. Prevalece a liberdade de escolha. O PS não vai ter Orçamento e depois demite-se. Faz bem. Só os portugueses em democracia podem resolver este imbróglio. Passos Coelho arrisca suicidar-se. Seria prudente ficar quietinho e deixar o Governo cair á força da crise. Mas Passos recusa ficar quieto. E Sócrates está disposto a ir a votos. Dizem que vai ser terrível para o país. mas é o preço da liberdade."
Carlos Ferreira Madeira, i
"Tenho a expectativa de que a recessão não acontece por duas razões. Em primeiro lugar porque estas medidas, apesar de reduzirem o rendimento disponível e o consumo, vão permitir desanuviar o clima financeiro e, assim, as perspectivas sobre a economia são melhores. Porque uma economia que não funciona, asfixia. Além disso, estas medidas não afectam a nossa capacidade exportadora e isso tem de ser tido em conta nas projecções para o próximo ano. Não sobrevalorizaria o impacto negativo das medidas."
Teixeira dos Santos, Ministro das Finanças, Expresso
Teixeira dos Santos, Ministro das Finanças, Expresso
"Não vejo que seja possível ir muito mais longe no corte da despesa, a ponot de podermos abdicar de aumento dos impostos, em particular da taxa do IVA. A partir de certo ponto, o que está em causa não é o corte na despesa, o que está em causa são certas políticas: queremos ou não ter um serviço nacional de saúde, uma escola pública, um certo nível de protecção social?"
Idem, ibidem
"Não resta nada: o FMI, o Eurostat, a Moody's, todos se coligaram para nos anunciarem um longo Inverno, um ano negro, um horizonte carregado de nuvens e de desesperança. Valha-nos o governador do Banco de Portugal, o seu primeiro discurso após empossado e os seus sábios conselhos que, se bem os percebi, têm a virtude optimista de serem magnificamente contraditórios entre si: por um lado, aconselha-nos a poupar; por outro, lamenta que a retracção do consumo nos vá fatalmenet mergulhar em recessão. Antes assim: o pior é quando há uma saída e não damos por ela."
Miguel Sousa Tavares, Expresso
"Eu prefiro as situações-limite do que as falsas situações difíceis. Prefiro uma realidade absolutamente má do que um optimismo absolutamente falso. É quando as coisas estão realmente negras que encontramos forças para reagir - não quando elas ainda consentem uma esperança que não passa de uma falsa ilusão, que nos mantém a esbracejar. É bom que os portugueses entendam e interiorizem que não podemos continuar a viver a crédito, gastando o que não temos. Se o entendemos facilmente na nossa economia familiar, não há razão para que não o entendamos na economia do país. É só preciso que acabem as mentiras: que se diga às pessoas que o dinheiro do Estado vem de algum lado. E que, de onde ele vem, terá de voltar. Que, olhos nos olhos, haja a coragem de dizer aos portugueses uma coisa tão simples como isto: não há dinheiro."
Idem, ibidem
O mundo tem de nós a ideia de uns inúteis, parasitas, que só sabem cantar o fado e viver a crédito. Por isso, estamos sós. Não adianta reclamar contra os especuladores ou contra o grande capital financeiro internacional. A questão é conosco, somos nós que temos de nos afirmar como um país viável para os nossos filhos, os nossos netos e quem vier depois. Antes assim, sem mais subterfúgios - é o que nos resta fazer."
Idem, ibidem
"Com a redução do poder das redacções e a crescente proletarização dos jornalistas, qualquer sinal de espírito crítico foi aniquilado. mesmo que um jornalista tenha dúvidas, a ideologia dominante impõe-se, legitimada que está por todos os poderes; o académico, o económico e o político. (...) A coisa tornou-se de tal forma pornográfica que, esta semana, um grupo de cidadãos lançou uma petição «Pelo pluralismo de opinião no debate político e económico» na comunicação social. Assinei sem esperança."
Daniel Oliveira, Expresso
Daniel Oliveira, Expresso
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