terça-feira, fevereiro 03, 2009

O amor antes da maioridade III

Querida Wookie,

Contigo quase soube o que eram certezas na vida,
o que eram caminhos para andar.
Senti segurança, conforto,
mas talvez fosse fruto da minha imaginação (que não me falta).
Talvez fosse fruto da minha imaginação a certeza de que nada nos separaria.

Às vezes, estou verdadeiramente noutro mundo
porque não compreendo nada deste.
Nem as pessoas.
Nem a ti.
Não consigo viver sem amor,
sem um gesto, um olhar, uma mão, talvez uma palavra.
Sufoco por contenção, comprime-me o coração.

No silêncio, finalmente...
Vou desistir. Não quero ser forte.
Nem consigo chorar, embora queira.
Palhaço triste.
Sinto a traição, o engano.
Não consigo acreditar. Quero fechar os olhos.

Porque é que os sonhos morrem?
Por que razão continuas a andar, a cantar e a dançar?
É preciso grande coragem! Não vês que enlouqueço?
Há semanas, ouves? Há semanas que não escreves!
Esquece. Esquece-me.
Não sou nada. Já não significo nada.

As pessoas todas encontram o significado para a vida em coisas baratas, fúteis.
Isso basta-lhes. Isso basta-te?
Como conseguirei viver assim?
Como consegues viver assim?
C.A.

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