Quando tinha 12, 13 anos, e todas as meninas da minha idade estavam apaixonadas pelo seboso Tom Cruise a exibir os ossinhos no Cocktail, ou pelo Ralph Macchio a ser educado pelo, esse sim, saudoso mestre Miyagi, ou pelo insosso Rob Lowe das matinés, ou pior, pelo Patrick Swayze das ancas dançarinas, eu estava apaixonada por Clint Eastwood. Mesmo sem gostar propriamente de westerns. As paixões não se explicam. Mas eu estava apaixonada pelo herói que ele era sempre. Pelo cavaleiro solitário, pelo coração de caçador, definitivamente apaixonada por ele em "Os imperdoáveis". E por tudo o que Paulo Portas escreveu brilhante e sucintamente sobre ele, há duas semanas, na Tabu.
Depois, cresci e acho que me esqueci. Depois, continuei a crescer e voltei a lembrar-me dele. Sobretudo com "As Pontes de Madison County". "Million Dollar Baby", há dois anos, foi a desnecessária confirmação.
Quando tinha 12, 13 anos não sabia que Clint Eastwood podia, um dia, morrer. Tem 77 anos e já iniciou a contagem descrescente. Um dia vai morrer e eu vou chorar. E ontem odiei ficar acordada até às cinco da manhã para o ver perder o Oscar de Letters from Iwo Jima para Martin Scorsese.
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