A Diesel apelava à estupidez. A Sumol à originalidade. E agora à coragem. A publicidade sempre a acender a luz e a maioria a querer apagá-la.
Manifesto I (2010)
Um dia, o mais provável é tornares-te num chato, deixares de sair à noite e começares a levar-te demasiado a sério. Nesse dia, vais começar a vestir cinzento e beje, pedir para baixar o volume da música e deixar a tua guitarra a apanhar pó. Vais tornar-te politicamente correcto, socialmente evoluído, economicamente consciente. Vais achar que tens de ir para onde toda a gente vai e assumir que tens de usar fato e gravata todos os dias. Nesse dia, vais deixar de beijar em público, as tuas viagens serão mais vezes no sofá e dormirás menos ao relento. É oficial. Vais entrar na idade do chinelo e deixar de ser quem foste até então. Vais deixar de te sentar ao colo dos amigos, e vais esquecer-te de como de faz um quantos-queres ou um barco de papel. Vais ficar nervosinho se não trocares de carro de quatro em quatro anos e desatinar se o hotel onde estiveres não te der toalhas para o teu macio e hidratado rosto. Vais tornar-te muito crescido e começar a preocupar-te com tudo e com nada e a não fazer nada porque "vai-se andando" e a vida é mesmo assim. Vais dizer não mais vezes, vais ter mais medo, vais achar que não podes, que não deves, que tens vergonha. Vais ser mais triste. Nesse dia, o mais provável é que também deixes de beber refrigerantes. Aqui fica uma ideia: quando esse dia chegar, não lhe fales.
Manifesto II (2011)
Pratica a coragem. Sem medo. Sem te desviares um milímetro que seja de quem és. Não te acanhes, não te rebaixes, não fiques com nada por dizer. És mais bravo do que pensas e o teu corpo mais resistente do que imaginas. Segue. Vai contigo. Conta com aquilo que tens. Ouve o bichinho que diz esquerda quando toda a gente vai para a direita, (esse bichinho és tu, não o pises). Pratica a intuição, vai mais vezes, erra as vezes que precisas. Dorme descansado. Tu não és mais ninguém, nunca o serás. Por mais que te gritem o contrário, tu és. Ponto. Por isso, pratica o que tens. Pratica o que só em ti existe e é raro nos outros. Pratica o desplante, a candura, o despropósito e o magnânime. Pratica o estrambólico, o arrumadinho e o absurdo. Pratica quem és. Só assim te manterás original.
Não consigo deixar de sorrir com os anúncios da Sumol... eles têm uma certa razão...
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