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Colaram estrelas de brincar no tecto do quarto para combater as insónias que condicionavam o humor do dia seguinte. Passaram noites e noites com os olhos pendurados no ar. Abriam a janela, mesmo no Inverno, e fingiam estar no Alentejo. Riam. Contavam histórias. Faziam planos. E amor. À noite era sempre verão. Sempre a doce aragem das férias. Adormeciam abraçados. Acordavam como a primavera: de mansinho. Depois, o fuso horário mudou. As estrelas perderam os espectadores. E agora quando os pesadelos lhe torturam o sono já não há ninguém para a salvar. É Outono outra vez.