sábado, novembro 24, 2007

O lodo do Público

A zanga de rapazes entre Vasco Pulido Valente (VPV) e Miguel Sousa Tavares (MST), que ambos fazem questão de exibir na praça pública, já não é muito edificante. Agora, que um jornal faça questão de lhes disponibilizar um ringue do combate - ainda por cima, um suposto jornal de referência - não é só deprimente - é deplorável!
VPV já tinha avisado, em entrevista ao Expresso, na semana passada, que ainda não queria comentar o novo romance de MST, "Rio das Flores" e que todos, brevemente, perceberiamos porquê. A resposta chegou hoje, através do Público que, não fosse dar-se o caso de alguém estar mais distraído, destaca o assunto em grandes parangonas na capa. VPV não faz uma crítica ao livro na sua crónica de última página. Usa quatro (quatro!!!!) páginas do suplemento P2 para discorrer sobre todas as falhas e gaffes, não só da obra, mas também do carácter do autor. Terá o jornal noção do precedente que acaba de abrir?
MST não se dá só mal com VPV; dá-de também mal com o Público - ou o Público com ele, desde que deixou de escrever para lá. Por isso, a maior vingança não vem de VPV; vem justamente do jornal que MST passou dez anos a elogiar com total devoção e cegueira. A VPV, o comportamento já não fica muito bem. Ao Público não poderia ficar pior. Para os leitores é, no mínimo, um insulto.

2 comentários:

  1. Só leio o "Público" à sexta e nem em todas, por um saudosismo meio palerma do saudoso "Mil Folhas" e do anterior "Leituras", ainda mais saudoso.
    Mas, lá que aquilo cheira muito a lodo, cheira.
    Aliás, o nosso país saiu há tês décadas de comportamentos arcaicos, hipócritas, coloniais e beatos, para se transformar nesta re-choldra do século 21, sem ética nem valores.
    Tem toda a razão.

    I.

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  2. Este blog não deveria ser cor de rosa?

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