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quinta-feira, novembro 29, 2007

O mau exemplo do Público

Era a peça que faltava para o puzzle ficar completo. A revista Sábado mostra hoje o que, de certa forma, já se sabia. Nas últimas semanas nunca estiveram em questão os profissionais (goste-se mais ou menos deles) Miguel Sousa Tavares (MST) e Vasco Pulido Valente (VPV) - cada um na sua área -, mas os indivíduos na sua esfera mais íntima (que é também a dos ódios) e à qual, insisto, nunca deveríamos ter tido acesso. Esteve sobretudo em destaque o ódio não exactamente - ou não apenas - de um pelo outro, mas de José Manuel Fernandes, director do Público, por MST. É ele quem, no meio desta vergonhosa feira de vaidades e vacuidades, ganha o prémio da prestação mais indigente.
Pessoalmente, já não achei bonito que o Público tivesse dado quatro páginas a VPV para destilar veneno sobre MST. Não acharia nunca, fossem quais fossem os personagens, porque nunca gostei de circo - nem mesmo quando era pequenina. Nem de palhaços, nem nada. Mesmo. Também não achei particularmente bonito que o Público, de todas as opiniões que a blogosfera dedicou ao assunto, tenha, de forma extraordinariamente enviesada, escolhido os excertos que pareciam aniquilar MST. E agora, na Sábado, eis a cereja, nada bonita.
José Manuel Fernandes revela, sem qualquer pudor, o teor de telefonemas pessoais, desce ao pormenor das expressões (imagino-lhe a expressão e sinto náuseas), e revela, orgulhoso, como há tantos anos perseguia VPV, como estava disposto a fazer tudo para o recuperar enquanto cronista, como estava farto dos caprichos de MST, como nunca lhe perdoou ter que ter levado com ele, como encomendou a VPV a crítica com a liberdade sanguinária dos lambe-botas: escreve o que quiseres, quando e quanto te apetecer. Que vampiro recusaria semelhante proposta? E como, no fim, lhe moldou o título com espadas.
O Público foi um jornal de referência. Passado distante. A partir deste episódio, obviamente pouco ou nada importante, será fácil, ou pelo menos será tentador extrapolar para outros. Para aqueles que importam realmente. E a partir daí deduzir a curva descendente daquele que já foi o melhor jornal do país. VPV e MST podem continuar a insultar-se. Por mim, até podem comer-se vivos no Gambrinus em salvas de prata. O que me custa é que José Manuel Fernandes ainda não tenha percebido que já devia ter abandonado há muito tempo a poltrona de director.

terça-feira, novembro 27, 2007

MST responde a VPV na Sic Notícias

Já se sabia que Miguel Sousa Tavares (MST) haveria de responder publicamente a Vasco Pulido Valente (VPV). Só não se sabia onde. Nem quando. Respondeu hoje, na Sic Notícias. E mal. Muito mal. Nos três dias que demorou a reagir, teve certamente tempo para pensar em alguma coisa melhor para dizer - senão por respeito a VPV, pelo menos, por respeito a quem o lê. Alguma coisa que não fosse, apenas, continuar a disparar tiros como se estivesse na caça. No caso, uma caça de recreio infatilóide.
Afirmações como: "Eu nem sabia que ele era jornalista."; "Ele quer ter protagonismo à minha custa."; ou "Não reconheço competência para fazer crítica literária a um romacista falhado." colocam MST ao nível vagamente arruaceiro de VPV. Assim sendo, se um não merece desculpa, o outro não merece condescendência. Até porque havia coisas para explicar. E MST não as explicou. Porque não quis ou porque não soube?
VPV pode ser, em determinadas situações, um tonto. Um desbocado que sente genuíno prazer em dizer mal, às vezes, só porque sim. Prazer em contrariar. E neste caso até pode estar unicamente movido por uma birra pessoal que nos ultrapassa. Mas isso não pode servir para que se lhe questione a qualidade intelectual, porque é intelectualmente desonesto fazê-lo. E também não me parece que alguma vez ele tenha desejado ser romancista. É um historiador, sempre foi. E como historiador, as coisas que diz, filtrando naturalmente o veneno, não podem ser ignoradas.
As quatro páginas que escreveu no Público no passado sábado são, obviamente, questionáveis. Por tudo. Para mim, sobretudo pelo que a opção editorial do jornal diz do próprio jornal. Mas levantou questões, mais de conteúdo do que de forma, a que era importante dar resposta. Até porque se em o "Equador" MST afirmou não ter a intenção de ser, do ponto de vista histórico, rigoroso (e mesmo assim emendou os erros), em o "Rio das Flores" assegurou exactamente o contrário. Que não tenha aproveitado a boleia da entrevista para esclarecer os leitores (onde me incluo), é uma tremenda desilusão.
Em meia hora de conversa [a entrevista foi às 23 horas] não tinha tempo para responder a tudo. Talvez nem tivesse resposta para tudo. Mas à frente de Ana Lourenço, jornalista doce, incapaz de o encostar à parede, podia ter escolhido três ou quatro intems em que se sentisse mais confortável para tentar desmontar a teoria de VPV. Não o tendo feito, para quem não sabe de cor e salteado a História de Portugal (como eu) é mais fácil acreditar no historiador. Como pode MST acreditar que isso não o fará perder potenciais leitores?

sábado, novembro 24, 2007

O lodo do Público

A zanga de rapazes entre Vasco Pulido Valente (VPV) e Miguel Sousa Tavares (MST), que ambos fazem questão de exibir na praça pública, já não é muito edificante. Agora, que um jornal faça questão de lhes disponibilizar um ringue do combate - ainda por cima, um suposto jornal de referência - não é só deprimente - é deplorável!
VPV já tinha avisado, em entrevista ao Expresso, na semana passada, que ainda não queria comentar o novo romance de MST, "Rio das Flores" e que todos, brevemente, perceberiamos porquê. A resposta chegou hoje, através do Público que, não fosse dar-se o caso de alguém estar mais distraído, destaca o assunto em grandes parangonas na capa. VPV não faz uma crítica ao livro na sua crónica de última página. Usa quatro (quatro!!!!) páginas do suplemento P2 para discorrer sobre todas as falhas e gaffes, não só da obra, mas também do carácter do autor. Terá o jornal noção do precedente que acaba de abrir?
MST não se dá só mal com VPV; dá-de também mal com o Público - ou o Público com ele, desde que deixou de escrever para lá. Por isso, a maior vingança não vem de VPV; vem justamente do jornal que MST passou dez anos a elogiar com total devoção e cegueira. A VPV, o comportamento já não fica muito bem. Ao Público não poderia ficar pior. Para os leitores é, no mínimo, um insulto.

segunda-feira, novembro 19, 2007

Vasco Pulido Valente vs Maria Filomena Mónica vs Miguel Sousa Tavares vs Constança Cunha e Sá vs Clara Ferreira Alves

Todos se têm em demasiada boa conta. Estrela douradas num Portugal que obviamente não os merece. Nenhum deles quer a vida nos jornais. Nenhum deles quer o ego na rua à mercê do juízo de um qualquer. Qualquer um deles acha que está acima dos outros e, mais ainda, acima de todos nós. E, no entanto, nenhum resiste a colocar a vida nas páginas a que tem acesso. E a torturar-nos com isso, como se isso realmente nos interessasse. A nós, o país que obviamente não está à altura deles.
O circuito é delicioso. Ei-lo:
Vasco Pulido Valente (VPV) foi casado com Maria Filomena Mónica, Mena Mónica para ele (MM). Depois trocou-a por Constança Cunha e Sá (CCS) com quem está agora "bem casado". Está bem de ver, elas, as mulheres, MM e CCS odeiam-se. E já o escreveram nos jornais.
VPV, a convite de Miguel Esteves Cardoso, escreveu um livro de memórias nos anos 90 ["Retratos e auto-retratos"] . Quando MM decidiu, ela própria, escrever o seu BI [Autobiografia, 2005], ele, homem do seu passado, não achou mal. Até ler a coisa. Não gostou nada de se ver ali retratado e lá se foi uma amizade de 35 anos! Ela contou isto em várias entrevistas. Ele, este sábado, no Expresso, também. Foi-se a amizade, mas não os interesses comuns. Ela publicou um livro sobre a vida de Eça de Queirós [2001]. Ele prepara-se agora, também, para escrever a biografia do autor de "Os Maias". Além disso, ambos, juntamente com o actual marido de MM, António Barreto, partilham um gabinete de investigação na Universidade Nova de Lisboa.
VPV e Miguel Sousa Tavares (MST) não se podem ver, só eles saberão porquê. VPV escreveu que o best-seller "Equador" [2003] era literatura de aeroporto na sua crónica dominical do Público. MST escreveu na sua crónica do Expresso (e também numa entrevista) que VPV só conhecia Oxford e o Gambrinus. Apesar de lavarem roupa suja nos jornais, VPV ficou surpreendido quando MST não o cumprimentou num restaurante (o Gambrinus?!) e apesar de catalogar a escrita de MST como descartável e egocêntrica, garante que já leu o recém publicado "Rio das Flores". Não quer ainda opinar sobre o livro, mas assegura que brevemente iremos perceber porquê.
MST e Clara Ferreira Alves (CFA) são, diz VPV, as únicas pessoas que algum dia ficaram zangadas com ele. Com as suas opiniões demolidoras. MST há-de vingar-se um destes dias; CFA, ofendida por VPV ter insinuado, entre outros mimos, no defunto blogue "Espectro", que ela não seria licenciada, moveu-lhe um processo judicial.
Não é fácil perceber o que os distingue da menoridade do país. Mas a novela há-de continuar e, talvez, um dia, consigamos perceber...
P.S.: Gosto muito do Miguel Sousa Tavares: do personagem, dos livros todos, das crónicas. E das crónicas da Clara Ferreira Alves. Li o BI da Mena Mónica e também não desgostei. Nem da vida dela, nem da do Eça contada por ela. E acho piada ao Vasco Pulido Valente. Talvez seja o que tem maior obra publicada, mas aquele que conheço menos.