Lembras-te quando me enviaste, pelo correio, um saco cheio de areia da praia de S. Pedro de Moel? Eu tinha lá estado no ano anterior; tu estavas ali naquele instante. Foram as primeiras férias a seguir ao ano lectivo em que nos conhecemos. Guardo-a numa caixa, só tua, juntamente com os postais, feitos à mão, que trocámos durante vários anos. E com uma fotografia, que recortei de uma revista, onde vinha um carro igual ao teu Twingo cor-de-rosa.
Os postais tinham, quase sempre, citações de livros, como a que me enviaste agora de Londres.
"Diego não conhece o mar. Um dia, o pai leva-o à praia: "E foi tanta a imensidão do mar, e tanto o seu fulgor, que o menino ficou mudo de formosura. E quando por fim conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai: 'Ajuda-me a olhar'" .
"Diego não conhece o mar. Um dia, o pai leva-o à praia: "E foi tanta a imensidão do mar, e tanto o seu fulgor, que o menino ficou mudo de formosura. E quando por fim conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai: 'Ajuda-me a olhar'" .
Tu tens saudades do mar. Eu tenho saudades tuas.
Cada vez aprecio mais os teus escritos. Devias partilhar todo este turbilhão de sentimentos fiéis com mais leitores. Já pensaste dedicar um pouco do teu tempo a escreveres um livro?
ResponderEliminarSubscrevo o Sérgio.
ResponderEliminarFoi bom ver que no meio disto tudo ainda há quem se lembre de mandar saquinhos de areia. Provavelmente, estamos a procurar o essencial no sítio errado.
ResponderEliminar