Tropecei em Pedro Eiras pela primeira vez, em 2001, na estreia da peça "Antes dos Lagartos", prodigiosamente encenada por Nuno Cardoso. Depois, sempre rendida, fui esbarrando em textos dele publicados aqui e ali. A peça "Um forte cheiro a maçã" já merecia ter sido transportada para um palco. Agora acaba de ser editada pela Campo das Letras a sua tese de doutoramento sobre a fragmentação do sujeito em Raul Brandão, Fernando Pessoa, Herberto Helder e Maria Gabriel Llansol. Chama-se "Esquecer Fausto".
Não é apenas por Raul Brandão - o meu escritor de eleição de sempre - fazer parte do rol da análise académica que o livro é bom. É bom pela perspectiva em que coloca os autores e os relaciona uns com os outros. É bom pela leitura que sugere do discurso. São 757 páginas e, obviamente, ainda não cheguei ao fim. Mas é bom também por isso: lê-se como se não fosse uma tese.
Para quem leu Húmus, de Raul Brandão, aqui fica um aperitivo: "Numa lógica dual, Húmus descreve jogadores que, mergulhados num quotidiano estagnado, não sabem festejar a morte de Deus. A metanarrativa não morre nem vive, sobrevive morta."
Para quem leu Húmus, de Raul Brandão, aqui fica um aperitivo: "Numa lógica dual, Húmus descreve jogadores que, mergulhados num quotidiano estagnado, não sabem festejar a morte de Deus. A metanarrativa não morre nem vive, sobrevive morta."
Querida, "Um Cheiro Forte a Maça" já foi encenado, mas no estrangeiro, em francês. Houve até radiodifusão. Beijinhos
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