Não gosto do Carnaval - nunca gostei -, o que não quer dizer que não entenda a necessidade que as crianças têm de folia e de mostrar os seus disfarces. Numa rapidíssima passagem pela baixa do Porto vi um Mozart, uma Joaninha, vários super heróis, as fadas habituais e muitos, muitos Noddys. O Noddy é claramente o rei do Carnaval infantil deste ano. Ao mesmo tempo, vi o desconforto dos pais a quererem levar as suas crias a algum lugar e a não o encontrar. Vi-os a fotografarem os filhos no cenário das obras dos Aliados. Vi-os a passar em frente às crianças, devagar, para que elas pudessem gastar os confetti e as serpentinas. Vi-os, mais ou menos perdidos, sem saber o que fazer para que os seus pequenos herdeiros pudessem sentir uma alegria que é justa e que lhes é devida. E fiquei a pensar se o departamento da Animação da Cidade, responsabilidade da Culturporto, que por sua vez pertence à Câmara Municipal, não tem sequer dinheiro ou criatividade ou vontade para coisas tão simples como esta: definir uma praça com música onde os miúdos pudessem reunir-se.
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