[Foto: JMG]
Um dia a maioria de nós irá separar-se. Sentiremos saudades de todas as conversas atiradas fora, das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que partilhámos. Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das vésperas dos finais de semana, dos finais de ano, enfim… do companheirismo vivido.
Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre.
Hoje, não tenho tanta certeza disso.
Em breve, cada um vai para o seu lado, seja pelo destino ou por algum desentendimento, segue a sua vida. Talvez continuemos a encontrar-nos, quem sabe, nas cartas que trocaremos. Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices… Aí, os dias vão passar, meses…anos… até esse contacto se tornar cada vez mais raro. Vamos perder-nos no tempo… Um dia, os nossos filhos verão as nossas fotografias e perguntarão: “Quem são aquelas pessoas?” Diremos… que eram nossos amigos e... isso vai doer tanto! “Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons anos da minha vida!” A saudade vai apertar dentro do peito. Vai dar vontade de ligar, de ouvir aquelas vozes novamente. Quando o nosso grupo estiver incompleto, havemos de reunir-nos para um último adeus a um amigo. E, entre lágrimas, abraçar-nos-emos. Então faremos promessas de nos encontrarmos mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vida, isolada do passado.
E perder-nos-emos no tempo…..
Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades… Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos.
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