Nunca gostei de ir às compras. Nem mesmo para comprar coisas que ninguém pode comprar por mim. Não tenho paciência para procurar roupa, cores, tamanhos. Definitivamente não tenho paciência para aquele vestir e despir dos vestiários. Sou quase capaz de jurar que nunca comprei uma peça que não tenha primeiro visto numa revista qualquer que, além da fotografia do trapo, me forneça também o nome da loja e a respectiva morada. Antigamente, quinze minutos dentro de uma loja já era uma eternidade. Mas hoje, desde que se instalou esta moda de comprar-com-banda-sonora, quinze minutos são quinze mil intermináveis e assassinas eternidades!
Deve de certeza haver algum estudo de mercado que diga aos lojistas que ter música aos berros em espaços mais ou menos exíguos leva as pessoas a consumir mais. Mas eu juro que consumiria muito mais - ou talvez o mesmo, mas com menos dores de cabeça -, se quando entro numa loja me brindassem com silêncio. Incluindo o das empregadas.
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