Querida Wookie,
Nunca sei como começar...
E o que começo nunca acaba...
Assim poderei eu ser, eu próprio, sinónimo do que existe, antónimo do que foi e virá. Sinónimo de morte e, ao mesmo tempo, de nascimento.
Assim tu apareceste e mudaste a minha vida.
Longe do meu ser, completamente absorto e deitado, colocaste um ponto, um porto, uma estrela cintilante, desconcertante. Pergunto-me: Será que nunca antes tinha olhado para o céu?
Não, isso também não. Mas já já foi há tanto tempo.
Tempo. O tempo.
Tempo para parar e acender um cigarro?
Saquei o isqueiro, apontei o cigarro à boca e depois o cigarro ao isqueiro. Passei instintivamente de uma luz para outra. Tentava comunicar com a estrela (contigo?), retribuir-lhe a luz que me oferecia...
Lá se vai a memória. Não te lembras? Esqueceste ou quiseste esquecer?
Pára! Foda-se! Estou a tremer compulsivamente!
Só queria que me aceitasses como sou!
Mas agora dizes-me que é diferente, que já não preciso de ti (ou és tu quem já não precisa de mim?)
Para sair, ir embora, para não olhar parta ti,
Para entender as necessidades, para voltar à minha cidade,
Que eu não tenho idade para...
E, finalmente, o que se dá há-de....
Depois, talvez mais tarde,
Apagar a estrela num cinzeiro qualquer e conservar o que se consumiu, adorar essa relíquia, não a colocar junto dos velhos cacos. Talvez partir...
Depois de ti subsistirá o medo, o azar, as mesmas necessidades. E o amor e as saudades e... já não sei... Não dizias que as pontes nunca caem?
Desculpa-me, meu amor. Não ligues ao que escrevi, são apenas palavras, imagens que passam por mim. Apenas uma maneira de dizer que espero que penses em mim, tal como prometeste fazer. Eu escrevi. Eu amo-te.
C.A.
sexta-feira, janeiro 30, 2009
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