Esta ideia de os jornalistas do Porto serem uns resistentes poderá ser vagamente romântica; mas depois, na prática, não podia ser mais deprimente. Sem visibilidade, sem mercado de trabalho alternativo ou complementar, e longe do centro das decisões todas do país estão condenados a viver numa espécie de sub-campeonato, alimentando, nos dias de maior inquietude, a esperança - que sabem quase falida -, de que um dia alguém, por um qualquer acaso do destino, tropece neles e lhes estenda uma possibilidade, uma só para mostrarem que podem ser tão bons como os outros. Que provavelmente são.
Entretanto, nesse compasso, o mundo - o deles -, fica reduzido a uma miniatura: aos pecadilhos de sacristia, às tricas de uns palhaços que mandam numa coisa qualquer e às pequenas glórias de outros. Sempre a uma escala à qual às vezes de habituam e que parece até fazê-los felizes. Mas nunca faz. Adormece só. Como um analgésico para a dor de um dente furado.
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