[João Pedro Vaz, em Breve Sumário da história de Deus]
Serve a introdução para apresentar o ciclo "Ciclo de Teatro do Porto?", em Lisboa. Até ao dia 27 de Março (Dia Internacional do Teatro), 16 companhias do Porto (Ensemble, Visões Úteis, Circolando, Boas Raparigas, Assédio...) vão estar em cena no Teatro Municipal S. Luiz, agora dirigido pelo portuense José Luís Ferreira. O programa, no entanto, ainda pertence ao anterior director, Jorge Salavisa. O ciclo é comissariado por João Pedro Vaz, um dos melhores actores do Porto, que explicou ao Ípsilon: "É óbvio que ter de montar uma operação para que o teatro do Porto se veja em Lisboa levanta questões acerca da difusão de espectáculos em Portugal." Carlos Costa, da Visões Úteis, acrescenta: "Sinto-me um bocadinho animal tipo exótico. Como se o teatro do Porto fosse uma coisa vinda das Ilhas Galápagos. Este ciclo é sintoma de uma patologia profunda da circulação dentro do país: são só 300 quilómetros, há aviões, comboios e auto-estradas, e no entanto não se circula." Sobretudo não se circula nos dois sentidos. "Não passaria pela cabeça de ninguém organizar um ciclo de teatro de Lisboa no Porto, até porque os espectáculos de Lisboa ainda vão sendo vistos no Porto."
O trabalho de Inês Nadais sobre o tecido teatral independente na cidade é absolutamente notável. Mas demasiado extenso para o transcrever aqui na íntegra e, infelizmente, não está disponível on-line. Como ela diz, e bem, "nas próximas semana, o teatro do Porto terá um palco, e capas de jornais, e cinco minutos de fama na televisão - e claro, dirá que para ter tudo isto teve de ir a Lisboa."
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