Um conto sobre a travessia amorosa e descontrolada da zona sul do Rio de Janeiro. Também serve de guia da cidade para turistas, hedonistas e portugueses em fuga.
Sexta-feira: Praia. Thais não era daquela praia. Thais não pertencia a lugar algum. Thais só disponibilizava a sua atenção - e a boca, o sono, as manobras de ancas - em períodos curtos. Menina moderninha com caprichos de estrela pop. Gostosa e gira para cacete. Mulher planeta que precisa de satélites em seu redor. E eu, com três dias para queimar no Rio de Janeiro e nada a perder, fui todo cortesias quando ela se sentou junto a mim, chamando os nêguinhos das barracas de praia como se estivesse na entourage de D. João VI: "Mais cerveja." E os meninos, como muitos homens diante dela, obedeciam tal e qual lacaios da senhora mais magnífica da corte.
Thais na praia: branca de creme protector, linda como num anúncio da Prada nas glossy magazines, mas entediada com o calor no areal que desfazia os pés; filha de mãe gringa e pai carioca, miúda high fucking maintenance, pronta a abandonar a sobrelotação das areias do Leblon - uma aristocracia de sunga e mamas turbinadas, herdeiros privilegiados do antigo sistema esclavagista com empregados para tudo e mais qualquer coisa, gente geneticamente apurada, nota 10 para a maioria dos corpos malhados no ginásio e abençoados pela sacanagem tropicalista. O Rio vai do erótico ao pornográfico em menos de uma tarde de praia seguida de chopp e cachaça.
Primeiro não foi amor. Foi tesão mesmo.
Ler texto completo aqui: http://www.ionline.pt/conteudo/105689-romantismo-tropical-contemporaneo-conto-hugo-goncalves
Sexta-feira: Praia. Thais não era daquela praia. Thais não pertencia a lugar algum. Thais só disponibilizava a sua atenção - e a boca, o sono, as manobras de ancas - em períodos curtos. Menina moderninha com caprichos de estrela pop. Gostosa e gira para cacete. Mulher planeta que precisa de satélites em seu redor. E eu, com três dias para queimar no Rio de Janeiro e nada a perder, fui todo cortesias quando ela se sentou junto a mim, chamando os nêguinhos das barracas de praia como se estivesse na entourage de D. João VI: "Mais cerveja." E os meninos, como muitos homens diante dela, obedeciam tal e qual lacaios da senhora mais magnífica da corte.
Thais na praia: branca de creme protector, linda como num anúncio da Prada nas glossy magazines, mas entediada com o calor no areal que desfazia os pés; filha de mãe gringa e pai carioca, miúda high fucking maintenance, pronta a abandonar a sobrelotação das areias do Leblon - uma aristocracia de sunga e mamas turbinadas, herdeiros privilegiados do antigo sistema esclavagista com empregados para tudo e mais qualquer coisa, gente geneticamente apurada, nota 10 para a maioria dos corpos malhados no ginásio e abençoados pela sacanagem tropicalista. O Rio vai do erótico ao pornográfico em menos de uma tarde de praia seguida de chopp e cachaça.
Primeiro não foi amor. Foi tesão mesmo.
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