Nunca escrevi a ninguém que amasse dentro de um avião.
É como se fosses aqui.
Fiquei ciente de que és uma provocadora.
De que és boa em matemática.
E que me fazes falta...
Mais que tudo, a minha imagem de ti vem-me da tua escrita.
É o que tenho de mais nítido.
Em que te vejo menina ou mulher.
Em que tanto te aninhas no meu colo,
como me fazes perguntas duras como aço.
Depois, vejo os teus olhos.
Interrogativos.
Profundos,
capazes de ler muito para além do que digo.
A luz do sol bate neles e ficam doces da cor de mel.
E com água...
O teu cabelo,
a acender um pôr-do-sol onde quer que estejas.
A tua boca.
Os teus lábios à procura dos meus.
As tuas mãos. Adoro as tuas mãos.
Tens razão: tenho a mania das mãos e dos pés.
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