[Foto: Ricardo Júnior/Global Imagens]
Não deixa de ser irónico: o edifício dos Paços do Concelho do Porto, onde o FCP não é recebido há pelo menos dez anos, nem na alegria nem na tristeza, foi ontem altar portista, santuário sem deus, que o deus verdadeiro, Pinto da Costa, estava em Dublin, onde os devotos sorriam ao profano – “SLB! SLB! FDP! SLB!” – enquanto seguiam aquela homilia em ecrã gigante com a crença inabalável de que André, Andrézinho, o primeiro treinador portista em tantos anos, o único que sabe exactamente o que sentem quando pisam o chão dos Aliados e gritam “Porto és a nossa fé!”, não os iria desiludir. A eles que em dias assim respeitam sempre o dress code – qualquer peça, desde que azul e branca (e ontem nem cães nem bonecas insufláveis escaparam) – e sabem de cor, à força de tantas vezes o executarem, o guião: ao apito final, erguer cachecóis em histeria colectiva para depois abrandar e solemente cantar o hino.
Foi assim ontem outra vez. Muitos de lágrimas nos olhos, todos a cantar, carros a fazer fila para o habitual desfile de abanões, a praça pequena para tantos. Fernando Lopes da Silva tinha a taça de “Mónaco 2004” (3-0) na mão direita, pantufas de dragão compradas na feira da vandôma por dez euros na esquerda, Jorge Costa cravado nas costas, pendurado no coração um só clube – o Porto. Cortou a relva do Dragão durante três anos, ainda Domingos era lá jogador, foi com o treinador do Braga à pesca muitas vezes, deseja-lhe “sorte como a um filho”, mas ontem foi André, o novo herói da cidade, o mais jovem de sempre a ganhar a Liga Europa, a fazer dele “um homem feliz”. Em troca, só lhe pede uma coisa: “que não vá embora. Não já, pelo menos.”
Tambe´m diria que é no mínimo irónico que, sempre nos momentos de maior regozijo, haja sempre vozes que se dedicam a insultar grotescamente o Glorioso clube da capital.
ResponderEliminarcomo se só vivessem para isso. Et pour cause.
bj
Dizes tu, querido, que passaste vários dias a postar sobre "O que realmente interessa em Dublin"?! É preciso ter lata... :)
ResponderEliminarMinha linda,
ResponderEliminarO FDP (não é gralha) e o Sr. flatulento que o preside, são para mim (como para os benfiquistas) completamente irrelevantes. Como mostram os posts de que falas.
Daí que, quando celebramos (bem sei que são poucas as vezes, tal o domínio sistemático dos apitos) ninguém nos ouça a mandar o FDP para algum lado.
Celebramos o feito do clube. Algo que (reconhecidamente) os adeptos que referes não conseguem limitar-se a fazer nas conquistas (vou ser simpático agora) azuis e brancas.
Também ninguém impede alguns adeptos azuis de irem buzinar para o Marquês de Pombal, o que lamentavelmente já não sucede quando O Benfica (como há alguns anos) ganha no Porto campeonatos (2004/2005), onde reina impunemente um clima de intimidação próprio da Sicilia.
É só esse ponto que quis sublinhar.
Se são grandes (o que esses insultos evitam que se prove) não precisariam de falar em quem nem sequer jogou a final.
Assim, tudo não passa de um monumental complexo de inferioridade.
É pena.
Ser grande é saber perder. Mas sobretudo saber ganhar.
Mas isto sou eu a falar. Sorry.
Andrézinho, eu gosto muito de ti, mas não me lixes! Tu tens o Benfica TV? E vês? Tens a certeza de que o que é mau num lado não é no outro também? E alguma vez o Dragão apagou as luzes? Ligou a rega? Desejou a morte ao teu presidente? Complexo de inferioridade?! Não me lixes! A única diferença é que nós ganhamos sempre!
ResponderEliminarÓ menina!!! Não me vou chatear contigo por causa disto, mas é óbvio que não estamos a falar da mesma coisa.
ResponderEliminarRegar jogadores à luz de vela (coisa em que os benfiquistas que conheço não se reconhecem) ou existir um artista que na TV deseja o que desejar, não é o mesmo que no momento em que o Benfica é Campeão (no ano passado como há 5 anos) soltar-se logo uma matilha que vai “guardar” os Aliados. Os Aliados não é dos portistas. Nem é por isso que a cidade é invicta. Picardias sempre houve. Mas isso é coacção. E este país ainda é livre. E a grande reponsabilidade por este estado de coisas é do Sr. PC (e da comunicação social que lhe dá ouvidos) que não sabe viver o clube sem o Benfica.
O que atribuo ao tal complexo é não conseguirem vencer um troféu (mesmo um em que o adversário era outro) sem trazer o Benfica para a “festa”. Mas é isso que nos faz grandes. Enormes !
E não, não vejo a Benfica TV (que nem tenho) ou o Porto Canal. Não como lixo. Venha de onde vier.
sempre daqui um beijo