quarta-feira, janeiro 31, 2007

Jay-Jay Johanson


Assistir à falta de competência de alguém que tem para comunicar alguma coisa manifestamente má e não tem capacidade para a transformar numa coisa boa, relevando o que haverá de melhor no que não presta, é frustrante. Num departamento de comunicação ou de relações públicas ou de assessoria, este desempenho nunca poderá ser visto como honesto, porque obviamente ninguém de qualquer um desses departamentos é pago para ser honesto. É pago e educado para fazer brilhar o que poderá ser baço.
Mas quando se assite ao desempenho de alguém que tem nas mãos uma coisa verdadeiramente genial e revela igual incapacidade para a comunicar, a frustração transforma-se numa gritante irritação!
A Casa da Música - quantos assessores e consultores de assessoria tem o raio do equipamento? Cinco? Mais?... - vai ter, no próximo sábado, o imperdível Jay Jay Johanson do magnífico Whiskey de estreia, em 1996 - álbum seguido a espaços mais ou menos longos de Tatto, Poison e Antenna (trabalho mais electrónico) e agora The long term physical effects are not yet know. O sueco esteve no Porto, há dois anos, para um concerto no Teatro Sá da Bandeira. Mas o precioso bónus foi oferecido na discoteca Act, onde o nórdico fez literalmente o que quis com a pista - improvável pista, é certo, de quem claramente desconhecia a luz daquele altar, mas ainda assim, receptiva -, com um DJ set absolutamente efervescente. Único. Com um travo a inacabado. Confesso: há dois anos que espero o regresso do homem. Ele volta daqui a três dias e ninguém disse nada! Devia ser crime. "So tell the girls that I am back in town".
O concerto de Jay Jay (aliás, concerto ou DJ set? Ninguém diz...) insere-se na segunda maratona do Clubbing, potencialíssimo formato que a Casa da Música inaugurou o mês passado... mas em segredo. Vá lá saber-se porquê. Será como o resto da programação que, no curso deste ano, é toda dedicada a Espanha, embora eu desconfie seriamente que o país vizinho desconhece a ilustre dedicatória.
O Clubbing de 3 de Fevereiro começa às 22 horas, é dedicado aos eighties e terá ainda @c+Lia (projecto de Pedro Tudela e Miguel Carvalhais), Phantom Ghost, WhoMadeWho, Rui Pregal da Cunha (ex-vocalista dos Heróis do Mar) e Hang The DJ. A noite custa 20 euros.

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