Todos os anos, o World Press Photo é um soco no estômago, a prova de que o mundo não é um lugar bonito. E quando é, é muitas vezes demasiado triste. Também por isso, o WPP é sempre uma exposição obrigatória, para nos lembrar coisas que teimamos esquecer. E é a prova, para quem insiste em duvidar, da importância do jornalismo. Não partilho a Síria, o sangue, o caos, não quero, mas dominam a mostra - e o ano que passou. E não é bonito.
[Micah Albert, EUA]
Mulher sentada sobre sacos do lixo que recuperou da lixeira municipal de Dandora, arredores de Nairobi, no Quénia. Terá dito que gosta de folhear livros enquanto descansa de juntar lixo, sendo que é desse lixo que ela e mais dez mil pessoas sobrevivem, razão pela qual a maioria tem cancro, doenças renais e níveis elevados de chumbo no sangue. A lixeira tem oito quilómetros, é uma das maiores de África.
[Fausto Podovani, Itália]
Mirella e Luigi estiveram casados mais de 40 anos.
Os últimos cinco anos foram partilhados com o Alzheimer, doença que levou Luigi em Maio de 2011.
[Nemanja Pancic, Sérvia]
Milan tem quatro anos, saiu do hospital em Fevereiro, órfão.
O pai e a mãe saltaram de uma varanda de um sexto andar, em Belgrado, na Sérvia, porque estavam com graves problemas financeiros. Milan também foi atirado ao suicídio, mas sobreviveu.
[Daniel Rodrigues, Portugal]
É uma das poucas fotografias felizes, mesmo se num cenário de pobreza. É na aldeia de Dulombi, Galomaro, Guiné-Bissau, onde a maioria dos rapazes sonha ser futebolista. A fotografia é de Daniel Rodrigues, português cuja história teve também final feliz: primeiro prémio Vida Quotidiana no WPP numa altura em que tinha sido obrigado a vender as máquinas.
World Press Photo
Museu da Electricidade, Lisboa
Até 26 de Maio
Vê-se que tens andado no recreio... :;
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