[Marilyn, 2009]
[Coração independente, 2005]
[Carmen, 2001]
Não íamos ao Palácio da Ajuda para aí desde os doze anos e não somos entusiastas fervorosos do trabalho de Joana Vasconcelos, talvez também porque nunca o tivéssemos visto ao vivo. Fomos lá justamente para colmatar a lacuna numa oportunidade imperdível que nos oferecia de uma só vez todos os ícones da artista: a noiva em tampões, os sapatos Marilyn em tachos, o coração vermelho em talheres de plástico, os bordalos e os bordados quase todos. O que não esperávamos era o impacto do confronto entre a obra e o palácio: maravilhoso. Mesmo. Com dois momentos arrepiantes: o momento em que Maria Callas canta Carmen Habanera, de Georges Bizet, e o momento em que se ouve Amália Rodrigues cantar Coração Independente. O bilhete é caro, dez euros, mas é muito bem empregue. Há um terceiro momento, que não arrepia, mas é muito bonito: o Jardin de Éden ou como uma sala escura com flores de plástico iluminadas pode surtir um efeito incrível. E depois há o Palácio, devia ser obrigatório visitá-lo. Por todas as razões e por mais uma: aquele espólio mostra que talvez andemos a viver acima das nossas possibilidades desde a monarquia.
Palácio Nacional da Ajuda, Lisboa
Até 25 de Agosto
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