[Foto: Jordi Burch]
Às vezes, há imagens assim, que deixam o corpo a crepitar por dentro, quase a fazer doer sem magoar. Que contam, sozinhas, uma história inteira através de um olhar que não é nosso, mas que o nosso coração grava para sempre, quase como se só ali pudesse ficar o que as mãos não podem guardar. É-me quase sempre difícil reprimir a exclamação diante das fotografias de Jordi Burch, o "menino dos olhos mágicos".
Às vezes, há textos maiores do que as palavras. Textos onde não é possível contabilizar as emoções, os sobressaltos, os arrebatamentos, a ternura. A primeira vez que li, a fungar, uma reportagem de Ana Sofia Fonseca, estava ela no Peru a relatar com invulgar perícia o trabalho infantil. Ontem, a torneira voltou a pingar com a raiva e a tentativa de Ernesto para libertar-se das amarras de Cuba. No Expresso.
Às vezes, é difícil escolher o destino de férias. Este ano, havia três opções: um insondável apelo vindo de África, a excitação de cumprir o que resta da Route 66 e, claro, a pressão de cheirar Cuba antes da morte de Fidel Castro. Acaba de ganhar Cuba.