Não é Paredes de Coura. Não há um anfiteatro natural, relva à volta do altar, o rio ao fundo, o céu estrelado acima da cabeça, os amigos de sempre. E também não há aquele sopro frio de Verão que existe no Minho em Agosto. Mas os Arcade Fire voltaram a trazer com eles o cenário. A magia. E o resto. Encheram o Super Bock Super Rock. E pararam Lisboa. Memorável.
"Música rock emotiva, ordenada por entre o caos por nove músicos que empunham múltiplos instrumentos e trocam de posições entre si, com capacidade para ser compartilhada por uma multidão, sem perder integridade", escreve hoje, no Público, Victor Belanciano. Foi mais ou menos isso que aconteceu, ontem, no Parque Tejo. Contagiante.
"Black Mirror" a abrir; "Wake up" a fechar. Hora e meia de puro deleite com Win Butler e Régine Chassagne ao rubro. Imparáveis. Mesmo quem queria mais "Funeral" e menos "Neon Bible", não permitiu que o concerto descesse da apoteose permanente. Vinte mil, braços no ar, a trautear de cor, a prolongar os separadores das músicas. O fim de cada canção foi sempre prolongado pelo público com uma espécie de coro instrumental até à canção seguinte. Emoção colectiva.
Não houve encore. Um único. E quem esperava um daqueles momentos em que a banda canadiana faz incursões por outras paragens, como pelos Clash, também não teve sorte. Perfeito.
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