quinta-feira, junho 15, 2006

Super-Homem

O mundo continua a rodar, feroz, na sua imensa estranheza, arrastando-nos nessa tempestade cega, tresloucada. Ficamos perdidos, afastados às vezes. Esquecidos como um bilhete no fundo de uma gaveta. E depois devolve-nos o essencial em pequenas coisas, lembranças, sentimentos, pedaços da vida onde te reencontro sempre. Basta uma frase - "Quem é o inimigo?" - vinda de Londres (ou de Buenos Aires?) para saber que estás aí e aqui. E aqui dentro. E que te terei sempre, da mesma forma que, mais silenciosa do que gostaria, também me tens desde o dia em que, pela tua mão, bebi a única vodka-limão da minha vida. Tu eras o super-homem a dançar reggae fora da tenda. Eu era um falso protótipo de uma Lois Lane perdida, cuja lealdade resgataste para sempre. "Eu gostava de ti porque éramos grandes, mas gostava como se fossemos pequeninos. E acho que deve ser assim para sempre", disseste antes de ires embora. É assim que vai ser. Que vamos ser. Para sempre.

Sem comentários:

Enviar um comentário