Chegaram de mansinho com uma música que é chuva e é vento. Que é nocturna e de estrelas cadentes consumidas como um segredo, que já não é de minorias. E levaram-nos nessa tempestade que eles dizem ser de esperança. Mas na lágrima congelada da boneca mutilada, que espécie de esperança pode existir? Nós não sabemos e eles também não dizem. Inventaram uma língua para ser entendida só com os sentidos. E nós deixamo-nos embalar, docemente impotentes, por aquela arrepiante explosão de cordas. E pelos 30 segundos arriscados em silêncio. Os Sigur Rós protagonizaram, hoje, no Coliseu do Porto, um dos melhores concertos do ano. Poderá haver melhores; dificilmente algum outro poderá ser tão comovente. |
sábado, novembro 19, 2005
Sigur Rós. Inesquecível.
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