Sempre tivemos uma relação de amor-ódio com a Livraria Lello, que ficou resolvida por estes dias. Amor, porque é impossível não amar aquele espaço, não por acaso considerado já várias vezes um dos mais belos guardiões de livros do mundo. Ódio, porque nunca ali encontrámos um livro que procurássemos, nunca ali comprámos nada que não fizesse apenas parte das novidades ou dos clássicos. E a Lello tinha obrigação de investir noutro tipo de literatura. Tão mau como isso é o facto de já termos sido expulsos do espaço ou impedidos de entrar. Basta que sejam sete horas da tarde. Se estamos dentro, somos imediatamente convidados a sair; se estamos fora, mesmo que ainda falte um ou dois minutos para fechar, já não podemos entrar. Aconteceu já mais do que uma vez. E agora, cereja no topo do bolo, os dois euros para aceder à livraria. Hoje, os proprietários vieram dizer que é mentira, que a cobrança é só para escolas e para turistas. Pior a emenda que o soneto. Amar os livros não é cobrar por eles, é partilhá-los com os outros, contaminar os outros com esse amor, exactamente o contrário do que sempre vi na Lello, onde infelizmente só a arquitectura parece contar.
terça-feira, abril 02, 2013
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É.
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