"Grande paráfrase sobre a criação artística, sobre a emergência de um “novo teatro” além de toda a trivialidade, mas também sobre o desencontro do amor e da vida, sobre os tempos que acabam antes que saibamos quais os tempos que vêm, A Gaivota vive de um elenco de personagens intensas mas desencantadas, inteligentes ao ponto de saberem que o desejo dificilmente se tornará futuro.
Resta compreender a contemporaneidade da abordagem de A Gaivota, num país onde a criação artística é cada vez mais aquilo que se faz com menos, e se possível se faz menos... São, realmente, necessárias “formas novas”. Se não, necessariamente, no modo como se abordam textos fundamentais, pelo menos no modo como se interpelam cidadãos, na consciência de como se exerce um acto de criação que é também um acto de reinvenção das formas de sermos e estarmos juntos."
Nuno Cardoso
Quem conhece bem Nuno Cardoso e tem acompanhado o trabalho dele, pelo menos desde 2001, sabe que há anos o encenador, claramente o melhor e mais arrojado da sua geração, promete e deseja encenar A Gaivota, de Tchekov. É agora. Estreia nacional depois de amanhã, no Teatro Nacional de S. João, no Porto.
Tradução: António Pescada; Encenação: Nuno Cardoso; Assistência de encenação: Victor Hugo Pontes; Cenografia: Fernando Ribeiro; Desenho de luzes: José Álvaro Correia; Figurinos: StoryTailors; Sonoplastia: Luís Aly; Produção: Ao Cabo Teatro; Co-produção: Teatro Nacional São João, Centro Cultural Vila Flor, Maria Matos Teatro Municipal e Teatro Aveirense em colaboração com As Boas Raparigas…
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