"Temos 3,5 milhões de pensionistas; 2,2 milhões de estudantes; do pré-primário ao universitário, subsidiados pelo Estado através de propinas simbólicas e apoios da Eacção Social Escolar; temos 700 mil funcionários públicos, não incluindo os funcionários da profusão de empresas públicas e municipais, institutos públicos, fundações públicas e sei lá que mais; e temos 300 mil desesmpregados a receberem subsídio de desesmprego, mais os que recebem RSI. Façam as contas: são sete milhões de portugueses, dois terços da população, que vivem integralmente dependentes ou subsidiados em grande parte pelo Estado. Nem Esparta! Já nem Cuba! Talvez só a Coreia do Norte!"
Miguel Sousa Tavares, Expresso
"A política social é provavelmente a mais virtuosa e útil acção dos políticos - ela reconhece o evidente: como não existe distribuição equitativa de inteligência ou de posição social á nascença, é inteiramente justo que o Estado arrecade parte da riqueza e a redistribua para suavizar essas diferenças. Mas isso não significa que se possa gastar dinheiro como dantes."
Martim Avillez Figueiredo, Expresso
"Os dois grandes falhanços da revolução de 1974 são a justiça e a educação - mas não a saúde. Em 1974, Portugal tinha uma das mais elevadas taxas de mortalidade infantil do mundo (80 por mil). Hoje, tem a quarta mais baixa do mundo e a terceira da Europa (3 por mil). (...) A esperança média de vida aumentou mais de dez anos desde 1974. (...) A proposta do PSD sobre o SNS precisa de ser mais bem explicada. Em primeiro lugar, porque os cidadãos que ganham mais também pagam mais impostos, parte dos quais são supostamente dirigidos para para suportar o SNS. Com grande probabilidade, metade dos utentes do SNS não paga sequer impostos porque os seus rendimentos os isentam. Em segundo, é diferente pagar mais alguma coisa em taxas moderadoras do que pagar intervenções cirúrgicas ou tratamentos prolongados - e aí são muito poucos os portugueses da classe média com capacidade para o fazer. E em terceiro, se bem que seja muito atraente a ideia de podermos escolher a que hospital ir, seja ele público ou privado, mantendo sempre o apoio do Estado, ela precisa de ser muito bem analisada."
Nicolau Santos, Expresso
"É esta a chave para Portugal escapar ao FMI: elaborar um orçamento credível para o próximo ano e cumprir o défice com que se comprometeu no programa de Estabilidade e crescimento: 7,3% este ano, 4,6% em 2011 e 3% em 2012. fazer isto já exigirá um esforço brutal no próximo ano. É funadamental que esse esforeço venha, em grande parte, da despesa. É isto que se exige ao Governo. É isto que se exige a uma oposição responsável: que aprove um bom orçamento. E, finalmente, é bom também não entrar numa escalada de exigências irrealizáveis, que depois nos possam descredibilizar."
Idem, ibidem
"Estamos num momento em que a pedagogia é vital, em que a política deve ser feita com base no conhecimento, diálogo e proximidade. [Isso implica] mudar de políticas e de políticos. De políticas porque chegámos ao fim de um modelo que acreditava que tudo era ilimitado: o crescimento, o consumo, as matérias-primas e o crédito. Temos de reconverter este modelo para o paradigma da finitude, do limitado. E de políticos, no sentido em que o modelo das últimas décadas, o político vanguardista e voluntarista, que tem um projecto para a sociedade e é questão de vontade e dimensão fazer com que a sociedade o siga, está condenado: a sociedade é muito melhor que a política - como se vê em Portugal. O bom político não é aquele que é muito determinado, é o que que faz composição com a sociedade."
Manuel Maria Carrilho, em entrevista ao Expresso
"Promover colectivamente um pequeno grupo de 'estranhos', sem protecção, a bode expiatório de uma crise grave e à superfície irresolúvel é uma antiga técnica do populismo, que Sarkozy (como Hitler) não hesitou em usar. Só que, por força, ela estabelece sempre sem exame uma culpa colectiva e aponta ao cidadão comum os 'culpados' de um 'crime' imaginário. Qual é o verdadeiro 'crime' dos ciganos? Em primeiro lugar, a raça (uma noção mais do que ambígua). em segundo lugar, a cultura, que neste caso incluiu o nomadismo. E, em terceiro lugar, a recusa de se 'integrar' na sociedade francesa, presumindo que existe um único modelo de 'sociedade francesa'. Ora, como muitas vezes já se verificou, estas três razões levam directamente ao ódio e à perseguição".
Vasco Pulido Valente, Público
"Inimigo do consenso, Sarkozy criou uma ideologia à sua medida. E até começou bem o mandato. Cortou, felizmente, com a insuportável prática do gaullismo, dirigista, plebiscitária, retórica e imperial. Acabou, felizmente, com os complexos de esquerda que mantiveram Giscard e Chirac. Fez, felizmente, convites governamentais à esquerda. Esvaziou, felizmente, a Frente Nacional. Deu por finda, felizmente, a hostilidade aos americanos e ao absentismo em matéria de defesa. Discutiu, felizmente, o modelo social francês, que não é mais possível sem um crescimento económico sustentado. Argumentou, felizmente, em favor de um liberalismo regulado. Questionou, felizmente, aquele presidencialismo defeituoso que dilui as responsabilidades dos agentes políticos. Esse é o Sarkozy que os franceses elegeram em 2007 e que alimentou grandes esperanças nas direitas europeias, incluindo no presente cronista. Porém, chegado ao terceiro ano do seu mandato, Sarkozy é de facto uma decepção."
Pedro Mexia, Público
"O espectáculo de mendicidade que a Federação exibiu esta semana não é apenas um embaraço para o país; é a expressão de uma pobreza mental que, ao contrário da outra, nem todos os Orçamentos de Estado serão capazes de resolver ou iludir."
João Pereira Coutinho, Correio da Manhã
"Promover colectivamente um pequeno grupo de 'estranhos', sem protecção, a bode expiatório de uma crise grave e à superfície irresolúvel é uma antiga técnica do populismo, que Sarkozy (como Hitler) não hesitou em usar. Só que, por força, ela estabelece sempre sem exame uma culpa colectiva e aponta ao cidadão comum os 'culpados' de um 'crime' imaginário. Qual é o verdadeiro 'crime' dos ciganos? Em primeiro lugar, a raça (uma noção mais do que ambígua). em segundo lugar, a cultura, que neste caso incluiu o nomadismo. E, em terceiro lugar, a recusa de se 'integrar' na sociedade francesa, presumindo que existe um único modelo de 'sociedade francesa'. Ora, como muitas vezes já se verificou, estas três razões levam directamente ao ódio e à perseguição".
Vasco Pulido Valente, Público
"Inimigo do consenso, Sarkozy criou uma ideologia à sua medida. E até começou bem o mandato. Cortou, felizmente, com a insuportável prática do gaullismo, dirigista, plebiscitária, retórica e imperial. Acabou, felizmente, com os complexos de esquerda que mantiveram Giscard e Chirac. Fez, felizmente, convites governamentais à esquerda. Esvaziou, felizmente, a Frente Nacional. Deu por finda, felizmente, a hostilidade aos americanos e ao absentismo em matéria de defesa. Discutiu, felizmente, o modelo social francês, que não é mais possível sem um crescimento económico sustentado. Argumentou, felizmente, em favor de um liberalismo regulado. Questionou, felizmente, aquele presidencialismo defeituoso que dilui as responsabilidades dos agentes políticos. Esse é o Sarkozy que os franceses elegeram em 2007 e que alimentou grandes esperanças nas direitas europeias, incluindo no presente cronista. Porém, chegado ao terceiro ano do seu mandato, Sarkozy é de facto uma decepção."
Pedro Mexia, Público
"O espectáculo de mendicidade que a Federação exibiu esta semana não é apenas um embaraço para o país; é a expressão de uma pobreza mental que, ao contrário da outra, nem todos os Orçamentos de Estado serão capazes de resolver ou iludir."
João Pereira Coutinho, Correio da Manhã
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