Gerald: É muito difícil compreender as mulheres, não é?
Lord Illingworth: Não deves nunca tentar compreendê-las. As mulheres são quadros. Os homens são problemas. Se quiseres saber o que uma mulher realmente quer dizer - o que, a propósito, é sempre uma coisa perigosa de se fazer - olha para ela, não a ouças.
Gerald: Mas as mulheres são terrivelmente inteligentes, não são?
Lord Illingworth: Devemos sempre dizer-lhes isso. Mas para o filósofo as mulheres representam o triunfo da matéria sobre a mente - tal como os homens representam o triunfo da mente sobre a moral.
Gerald: Como podem então as mulheres ter o poder que Lord Illingworth diz que têm?
Lord Illingworth: A história das mulheres é a história da pior forma de tirania que o mundo alguma vez conheceu. A tirania dos fracos sobre os fortes. É a única tirania que perdura.
Gerald: Mas as mulheres não têm uma influência refinadora?
Lord Illingworth: Nada refina excepto o intelecto.
Gerald: Todavia, há diversos tipos de mulheres, não há?
Lord Illingworth: Na sociedade, há apenas dois tipos: as simples e as sofisticadas.
Gerald: Mas há boas mulheres na sociedade, não há?
Lord Illingworth: Demasiadas.
Gerald: Mas acha que as mulheres não deveriam ser boas?
Lord Illingworth: Não devemos nunca dizer-lhes isso, tornar-se-iam boas de imediato. As mulheres são um sexo fascinantemente voluntarioso. Todas as mulheres são rebeldes e geralmente numa revolta desenfreada de si próprias.
Gerald: Nunca foi casado, pois não, Lord Illingworth?
Lord Illingworth: Os homens casam-se por estarem cansados; as mulheres por estarem curiosas. Ambos se desiludem.
Gerald: Mas não acha que podemos ser felizes quando casamos?
Lord Illingworth: Completamente felizes. Mas a felicidade de um homem casado depende das pessoas com quem não casou.
Gerald: E se estivermos apaixonados?
Lord Illingworth: Devemos estar sempre apaixonados. É por essa razão que não devemos nunca casar.
Gerald: O amor é uma coisa maravilhosa, não é?
Lord Illingworth: Quando estamos apaixonados começamos por nos enganar a nós próprios. E acabamos a enganar os outros. É a isto que as pessoas chamam romance. Mas uma verdadeira grande paixão é relativamente rara hoje em dia. É o privilégio de pessoas que não têm nada para fazer.
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