sexta-feira, abril 18, 2008

Inês Nadais in Luna Park


Se sexta-feira sem Ípsilon não é sexta-feira, Ípsilon sem Inês Nadais não é Ípsilon. Inês Nadais é tão alucinada, tão cínica, tão retorcida às vezes, como só os muito bons cronistas (e jornalistas, no caso dela) podem ser. Mesmo que escrevesse mal, Inês Nadais seria sempre, pelo menos, original. Mas além de sempre original, Inês Nadais escreve superlativamente bem.

Inês Nadais deve ter, para quem não sabe, e se é que eu sei, 31 anos, mais coisa menos coisa, mas Inês Nadais é as gerações todas. As gerações todas dos livros, dos discos, dos filmes, da geografia mundial. É daquele tipo de cronista que pode escrever apenas sobre o seu próprio universo - e ela usa a possibilidade; que pode preencher a coluna só com private jokes - e ela abusa; que pode usar sempre o plural majestático - registo com o qual costumo embirrar; que pode prolongar a dança de uma frase até fazer com que nos percamos, obrigando-nos a voltar ao início; que pode escrever sobre coisas que só ela sabe o que serão, sobre batatas fritas, sobre nada, que pode escrever como quem escreve numa noite completamente out; que pode escrever no mesmo suplemento onde escreve Alexandra Lucas Coelho - adversária difícil -, que é sempre, sempre invariavelmente irresistível.
Não percebo, por isso, a razão pela qual não existe Luna Park todas as sextas-feiras. Hoje houve. Hoje foi um dia bom. Mas nem sempre é assim. E tinha este protesto para partilhar há já algum tempo.

3 comentários:

  1. É sempre muito bom deparar com artigos da Inês Nadais, lê-los e deixar-se ir por aí fora com eles, como tão poucas vezes se vai com um jornal.
    Os Luna Park, muitíssimo pelo contrário, são desinteressantes, repetitivos na abordagem e poderiam ser perfeitamente escusados no jornal, tal qual ele se nos apresenta.
    A arritmia da publicação dá ares de que quando há espaço publica-se para ali qualquer coisa da Inês. Isso não é bom, entristece.
    Private jokes e noites completamente out em dança descontrolada: sim. Pseudo-intelectualismo pop sem pertinência ou consequência: não.

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  2. Pessoalmente julgo inês nadais uma nulidade. Os artigos são repetitivos. Inês Nadais escreve para o seu umbigo. É uma absoluta perda de tempo.

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  3. Os pares reconhecem-se...para o bem e para o mal. "Tudo vale a pena, se a alma não é pequena".

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