(...) Sabemos muito poucas coisas, mas a certeza de que devemos sempre preferir o difícil não nos deve, jamais, abandonar. É bom estar só, porque a solidão é difícil. Se uma coisa é difícil, razão mais forte para a desejar. Amar também é bom porque o amor é difícil. O amor de um ser humano por outro é talvez a experiência mais difícil para cada um de nós, o mais alto testemunho de nós próprios, a obra suprema em face da qual todas as outras são apenas preparações. Na medida em que estamos sós, o amor e a morte tocam-se. As exigências dessa terrível empresa que é o amor através da nossa vida não são à medida dessa vida e jamais estaremos à altura de merecer o amor desde os primeiros passos. Mas se, à força da constância, consentirmos em suportá-lo como dura aprendizagem, em vez de nos dispersarmos em brinquedos fáceis e frívolos que permitem que os homens se furtem à gravidade da existência, talvez um progresso insensível, um certo alívio possa então resultar para aqueles que nos seguirem, muito tempo ainda depois da nossa morte (...) Toda a aprendizagem é um tempo de clausura.
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