Diz que não precisa atravessar oceanos até ao outro canto do mundo para fotografar. E não precisa. Também não precisou da caução de uma qualquer licenciatura em fotografia. A fotografia aconteceu por acaso. E resgatou-o do resto. Nelson d'Aires, que acaba de ganhar o grande prémio BES, na categoria de reportagem, com um trabalho sobre a transladação da urna da Irmã Lúcia, em Fátima, é a melhor revelação dos últimos anos. A prova de que é possível ver pela primeira vez tudo o que já se havia visto antes. E com a impressionante certeza de que não se irá esquecer o que ele cristalizou.
"Se tão pouco não fotografei os rostos dos peregrinos que choravam ao verem a urna a passar por eles, que fotografei eu então? a resposta acho que está nos peregrinos que durante o dia resistiram no santuário de Fátima ao frio, à chuva, à espera de chorarem por eles enquanto rezavam a missa, para no regresso, poderem então celebrar, libertos das amarras do clero, fazendo aquilo que melhor sabem: comer, beber e dançar, ainda que, seja numa estação de serviço da auto-estrada". Nelson D'Aires
"Se tão pouco não fotografei os rostos dos peregrinos que choravam ao verem a urna a passar por eles, que fotografei eu então? a resposta acho que está nos peregrinos que durante o dia resistiram no santuário de Fátima ao frio, à chuva, à espera de chorarem por eles enquanto rezavam a missa, para no regresso, poderem então celebrar, libertos das amarras do clero, fazendo aquilo que melhor sabem: comer, beber e dançar, ainda que, seja numa estação de serviço da auto-estrada". Nelson D'Aires
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