Hoje vimos um documentário sobre pessoas que ganham 178 euros de RSI e pagam 150 por um quarto. Sobre pessoas que ganham 178 euros e dormem na rua, porque assim sempre têm a sensação de ter mais dinheiro para gerir. Sobre pessoas que ganham 178 euros e a quem a pensão vai ser cortada, porque, como dizia o senhor Moisés no dito documentário, "a tesoura de Passos Coelho nunca tem preguiça".
Há um mês vimos outro documentário, no parlamento, em tempo real. Uma senhora anunciava que nos devolveria um bocadinho de IRS se todos em conjunto metêssemos muitos, muitos, mas mesmo muitos cupões na tômbola do Estado. Anteontem vimos uma comédia, também no parlamento, com dois senhores a fazerem figuras tristes porque afinal não estão de acordo em relação ao IRC. E por estes dias temos seguido uma novela, que tem muito de intriga mas zero de suspense, porque já lhe conhecemos o fim, que será mais uma factura para pagarmos.
O país não tem dinheiro, os sem abrigo são gente manhosa que não quer trabalhar, nós, claro, vivemos acima das nossas possibilidades, o PS e o PSD não se entendem em relação a nada, mas entenderam-se tão bem e tão depressa em relação a isto!
Eu já tinha decidido há muito tempo que nunca mais voltaria a votar. Mas agora espero também que ninguém se esqueça desta manchete quando daqui a seis meses as ruas se encherem de senhores e pedir beijinhos e a prometer o céu.
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