Desde que Passos Coelho me ensinou a não viver acima das minhas possibilidades, fui aprendendo a controlar a fúria de estar sempre a comprar livros novos e passei a ler os que já tinha. Foi assim que me decidi a ler o tempo perdido de Proust, um daqueles livros que achamos que podemos adiar a vida inteira sem perceber o erro terrível que é adiá-lo. Maravilhoso, maravilhoso livro! Obrigada Passos Coelho.
Mas por estes dias abriu a feira do livro no Porto, ou como bem classificou Paulo Cunha e Silva, o festival literário do Porto, e lá voltei a perder a cabeça outra vez, coisa que era cada vez mais difícil perder naquelas feiras da APEL (que cobrava 75 mil euros por feira à autarquia), em que nem novidades nem raridades nem preços do outro mundo. Esta edição da feira do livro, a primeira organizada pela câmara, está cheia de preciosidades (o que só é possível porque as editoras já não têm de pagar dois mil euros para estarem presentes), tem um programa paralelo notável e, ainda por cima, é nos jardins do palácio de cristal. É tão bom viver numa cidade que num domingo à tarde inunda um jardim para vasculhar livros.
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