terça-feira, junho 12, 2012
Rui Nunes: O choro é um lugar incerto
Os barcos, sedimentos de um negro mais compacto, movem o silêncio entre dois mundos: a viagem anuncia os seus despojos. Longe, a rasar o horizonte, o dia é o que resta da descida de uma pálpebra.
Todos os portos descrevem um abandono: a sua repetição: sobre os guindastes, as amarras e os navios, inscreve-se sempre o mesmo sinal.
O terror refugiou-se no tempo, mas de vez em quando alguém
diz um dos seus nomes.
E a multidão rejubila,
abrir a luz à fragmentação. Estilhaçar uma cidade doente. Cada coisa atravessa-se na trajectória de outra coisa, e cada trajectória parte o mundo. Hoje, os olhos cansam-se de continuamente tentarem juntar o que se dispersa,
[Ceuta]
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