sexta-feira, maio 23, 2008

3 Iron


"Todos somos casas vazias
À espera de alguém
Que abra a fechadura e nos liberte."

Kim Ki-duk

terça-feira, maio 20, 2008

Manoel de Oliveira em Cannes


"Ao longo destes meus cem anos de vida, o cinema cresceu comigo.
Agora, posso dizer que o cinema me faz crescer".

segunda-feira, maio 19, 2008

Cat Power

Once I wanted to be the greatest
No wind of waterfall could stall me
And then came the rush of the flood
Stars of night turned deep to dust

Melt me down
Into big black armour
Leave no trace of grace
Just in your honour
Lower me down
To culprit south
Make 'em wash a space in town
For the lead
And the dregs of my bed
I've been sleepin'
Lower me down
Pin me in
Secure the grounds
For the later parade

Once I wanted to be the greatest
Two fists of solid rock
With brains that could explain
Any feeling
Lower me down
Pin me in
Secure the grounds
For the lead
And the dregs of my bed
I've been sleepin'
For the later parade

quinta-feira, maio 15, 2008

Paulo Nozolino

[Foto: J.P. Coutinho]

“Viajar tem sido sempre a minha maldição, ver a minha alegria, fotografar a minha sorte. Para sempre rasgado entre ficar demasiado tempo e partir cedo demais, decido-me pelo instante. Sou uma permanente testemunha em fuga.”

Fim-de-semana do cinema japonês


Amanhã, 18h30;
22h
Ugetsu Monogatari / Contos Da Lua Vaga,
Kenji Mizoguchi

Sábado, 18h30
Onna Ga Kaidan O Agaru Toki /Quando Uma Mulher Sobe As Escadas,
Mikio Naruse
22h
Madadayo / Ainda Não!
Akira Kurosawa

Domingo, 18h30; 22h
U-Na-Gi / A Enguia
Shohei Imamura


[Organização conjunta da Fundação Ciência e Desenvolvimento/ TCA e Medeia Filmes, 15 a 21 Maio sessões às 18:30 e às 22:00. Cine-Estúdio do Teatro do Campo Alegre - Rua das Estrelas. Informações: www.fcd-porto.pt 22 6089800. Oito filmes, dos clássicos aos contemporâneos, um filme por dia, à excepção do dia 17 (2 filmes).]

terça-feira, maio 13, 2008

A cor do desejo

Há música a voar na rua e só eu ouço. Borboletas de fingir a aterrarem-me no corpo, ursos de plástico a dançar à janela, flautistas de gargalhadas largas. E ilusões rápidas. O sol queima-me a pele, apesar de ser noite e estar a chover. Ainda há motivos para rir, mesmo que tudo vá morrer daqui a pouco e o silêncio vá engolir a tristeza que há-de vir. Ainda parece bonito. O fogo de artifício com cores de arco-íris. Tudo inventado.
Ninguém quer o amor; só o bocadinho de cor que existe no desejo.

quinta-feira, maio 08, 2008

Indie no Porto 8/15 Maio

As duas salas do Cinema Trindade reabrem hoje para receber a extensão do festival INDIE.
Sessões 19h00 e 21h30
Trindade 1

A Hero never Dies
de Johnnie To - Hong Kong, 1998, 98’
Dois assassinos, dois patrões, duas companheiras, destinos duplos. Eis o fim do filme de heróis de Hong Kong, o género que John Woo popularizou nos anos 1980. To desconstrói-o com movimento de câmara e cor abstracta, tornando a história do tipo com uma pistola na celebração da estrutura classicamente simétrica. Quando o glacial L. Lai e os chefes dos criminosos rivais do duro cowboy L. Ching-wan formam uma aliança, os dois pistoleiros tornam-se supérfluos. Descobrindo que são um par de avatares de heroísmo individual fora de moda, entre eles o jogo passa a aliança e depois a tragédia. Um manual da habilidade de To para injectar efeito emocional numa peça formalista: cada traição e sacrifício são um soco.
Secção: Herói Independente
Trindade 2
Scott Walker: 30 Century Man
de Stephen Kijak - Reino Unido, 2006, 95’
Documentário sobre o génio musical e uma das mais enigmáticas figuras da música rock, Scott Walker. Stephen Kijak proporciona-nos uma viagem através da música e carreira de uma das mais enigmáticas e influentes figuras da história do rock. Dos primeiros anos como baixista em Sunset Strip, ao mega-estrelato na cena pop inglesa da “swinging London” dos anos 60 como líder dos The Walker Brothers, e à evolução das últimas décadas. O filme apresenta imagens exclusivas de Walker durante a gravação do seu mais recente állbum a solo, o aclamado The Drift, assim como entrevistas com o próprio, com fãs famosos e colaboradores como David Bowie, Radiohead, Brian Eno, Jarvis Cocker (Pulp) Damon Albarn (Blur, Gorillaz), Neil Hannon (The Divine Comedy), Marc Almond, Alison Goldfrapp. Um documento obrigatório para os fãs e uma fantástica descoberta para todos os outros.
Secção: Indie Music

9 de Maio
Sessões 19h00 e 21h30
Trindade 1

En Construcción
de José Luis Guerín – Espanha, 2001, 125’
A maior parte dos filmes de Guerin são rodados fora de Espanha. “En Construcción” é a excepção: ao longo de três anos, o realizador catalão registou com um rigor obsessivo a demolição de uma área do Barrio Chino, um bairro operário em desagregação em Barcelona, e a construção de um moderno complexo residencial para a nova classe média catalã. Mas à medida que a construção da cidade futura progride o passado reafirma-se incessantemente: tanto na surpreendente descoberta do antigo cemitério romano debaixo das fundações do novo edifício como na riqueza da sabedoria popular revelada numa conversa casual entre dois vizinhos que testemunha o fim de um mundo. “En Construcción” é um dos momentos mais fortes de toda a história do documentário.
Secção: Herói Independente

Trindade 2
Introspective
de Aram Garriga – Espanha, 2007, 68’
Na segunda metade da década de 1990, a revista The Wire forjou um conceito controverso: o pós-rock. O termo era usado para definir a música de algumas bandas com estilos que não cabiam em nenhum dos outros géneros pré-determinados pela indústria e pelo mercado. Apesar de serem singulares e de se distinguirem, as bandas associadas a este (de facto inexistente) género partilhavam referências e perspectivas sobre a música, a vida e o mundo em que vivemos. “Introspective” conta com bandas como Sonic Youth, Mogwai, Embryo e Mouse On Mars, explora as razões por detrás de algumas destas bandas, as suas palavras e espectáculos ao vivo (designadamente durante o festival Sónar em Barelona), propondo um retrato de música indie ou underground como uma alegoria afectiva das nossas sociedades globais. Uma viagem na companhia de nomes como Jeff Twedy, Jason Pierce, Ira Kaplan, Thurston Moore ou Lee Ranaldo e de bandas como os Tortoise, Yo La Tengo, Piano Magic, Low, e Hood, entre outras.
Secção: Indie Music

10 de Maio
Sessões 16h00, 19h00 e 21h30
Trindade 1
Competição Internacional – Longa Metragem Premiada

Trindade 2

Kuduro - Fogo no Museque
de Jorge António – Portugal, 2008, 52’
Desde a sua independência, nunca Angola tinha assistido a um movimento cultural tão dinâmico e tão polémico como o kuduro. Nenhum outro género musical ultrapassou tão rapidamente as fronteiras e se tornou um fenómeno internacional. Paralelamente à construção vertical desenfreada que agita Angola, continuam a crescer os bairros periféricos – musekes – onde uma nova geração usa a música como arma de intervenção. É deste movimento, da crescente importância da cena musical angolana e da sua proliferação que este documentário nos fala. “Kuduro - Fogo no Museke” é o retrato social e cultural de uma nova geração, que quer acima de tudo ser a voz de uma nova Angola.
A sessão contará com a presença do realizador.
Secção: Indie Music
11 de Maio
Sessões 16h00, 19h00 e 21h30
Trindade 1
Competição Internacional – Curtas Metragens Premiadas
Trindade 2
The Reinactors
de David J. Markey – EUA, 2008, 95’
Freddy Kruegger, o pirata das Caraíbas Jack Sparrow, o Super Homem, ou uma péssima sósia de Marilyn Monroe deambulam pelo passeio da fama em Hollywood na esperança de alguém querer tirar uma fotografia com eles, por um dólar. É a Meca do cinema vista pelos olhos de um bando de sósias. Apesar de parecerem directamente saídos de um filme, as suas vidas são bastante diferentes das verdadeiras estrelas. O documentário de David J. Markey segue a vida destes imitadores ao longo de um ano, mostrando-os no seu dia-a-dia, as suas esperanças e ilusões. Alguns julgam ser estrelas que apenas ainda não foram descobertas. Têm sonhos, mas estes parecem esfumar-se ao dobrar a esquina do passeio da fama por onde se mostram…
Secção: Director’s Cut – Longas Metragens

12 de Maio
Sessões 19h00 e 21h30
Trindade 1

Occident
de Cristian Mungiu - Roménia, 2002, 105´
OCCIDENT, primeira obra do realizador de ”4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias”, é uma envolvente comédia com laivos trágicos. Luci, engenheiro florestal, e a namorada Sorina, educadora infantil, questionam-se sobre o seu futuro depois de serem desalojados da casa que habitavam. Sem terem a quem recorrer, vão até ao cemitério e ficam junto da campa do pai de Sorina na esperança de lhes surgir um sinal que os ajude a decidir o que fazer. Enquanto Luci promete fazer tudo o que estiver ao seu alcance para arranjar um emprego no ramo da publicidade, Sorina acredita que a única solução é saírem da Roménia e emigrarem para a Europa ocidental. Eis senão quando o desejado sinal surge vindo do além e liga as suas vidas à de outras personagens que enfrentam o mesmo tipo de problemas e que também desejam escapar da insegurança que enfrentam numa sociedade pós-comunismo.
Secção: Herói Independente – Novo Cinema Romeno

Trindade 2
Competição Nacional – Curtas Metragens Premiadas

13 de Maio
Sessões 19h00 e 21h30
Trindade 1

Furia
de Radu Muntean - Roménia, 2004, 80´
Em FURIA, do mesmo realizador (também autor) do multipremiado “The Paper Will Be Blue”, conhecemos dois amigos: Luca e Felie vêem-se confrontados com Gabonu, o líder de um gang cigano, que lhes dá um prazo de 24 horas para pagarem uma dívida vultuosa. Conseguem metade do montante ao venderem um carro ao qual tiraram a quilometragem. Já sem ideia de como conseguir a outra metade, Luca esbarra com Mona, uma antiga colega de liceu. É então que lhe surge a ideia: oferecer Mona a Gabonu, para que este a ofereça ao seu protegido, um cantor que procura a noiva ideal, e assim ficar com a dívida saldada. Mas as coisas não correm como esperado...
Secção: Herói Independente – Novo Cinema Romeno

Trindade 2

Clint Eastwood, a Life in Film
de Michael Henry Wilson – França, 2007, 80’
Clint Eastwood fala de si próprio numa série de conversas para a câmara do crítico e historiador de cinema Michael Henry Wilson. Clint Eastwood acede passar em revista a sua carreira como actor, realizador, produtor, compositor no momento em que utlimava o mais ambicioso dos seus projectos: o díptico “As Bandeiras dos Nossos Pais” e as “Cartas de Iwo Jima”. Homem de muitas facetas, este eterno forasteiro, cujo arrojo perdura aos 75 anos, cultiva a impressão da autenticidade e da ambiguidade. Gosta de brincar com a própria imagem e só cria uma mitologia para a minar. Paradoxalmente protegido pela sua celebridade, continua a ser o mais enigmático dos grandes realizadores. Uma oportunidade única de conhecer melhor o homem por detrás do cineasta e actor.
Secção: Director’s Cut

14 de Maio
Sessões 19h00 e 21h30
Trindade 1

Let the Right One In

de Tomas Alfredson – Sweden, 2008, 106’
Oskar é um jovem frágil e ansioso de 12 anos que está constantemente a ser vítima dos colegas mais velhos e mais fortes. Um dia apaixona-se por uma rapariga que aparenta ser… um vampiro. Eli acabou de se mudar para a vizinhança. É uma miúda da mesma idade, pálida e séria, que só sai à noite. Rapidamente os dois jovens começam a envolver-se e um romance não-declarado começa a florescer. Eli incentiva Oskar a revoltar-se contra os seus agressores. E, coincidindo com a chegada dela à cidade, começam a acontecer uma série de mortes misteriosas… O filme, uma adaptação de um livro de John Ajvide Lindqvist que evoca o universo de Anne Rice e Stephen King, é uma refrescante variação do filme de vampiros. ”Let the Right One In” é o inesperado cruzamento entre as convenções do cinema de terror e um dos temas de eleição (um rapaz a lidar com as suas primeiras dores de crescimento) de algum cinema de autor contemporâneo.
Secção: Observatório

Trindade 2
Gerda 85

de Patricia Gelise e Nicolas Deschuyteneer – Bélgica, 2007, 68’
Filmado em apenas onze dias, "Gerda 85" é a primeira longa metragem de Patricia Gelise e Nicolas. O filme dá-nos a conhecer uma jovem em ruptura, algures numa zona rural da Bélgica. É Verão. Ela tem de estudar para os exames. Gerda está em casa dos tios, que não via há muitos anos, desde a morte da mãe. Estamos em 1985 e cassete que toca transporta-nos até essa altura. Gerda tem de tomar decisões, fazer escolhas que a levarão a ver outros horizontes. Há um tempo que tem de terminar para que outro se inicie. Com uma banda sonora fortemente marcada pelas sonoridades da música dos anos 80 (a lembrar New Order e The Cure, entre outros), o filme é o retrato de uma geração em ruptura, que busca um sentido e um caminho na vida.
Secção: Laboratório

15 de Maio
Sessões 19h00 e 21h30
Trindade 1

PTU: Into the Perilous Night
de Johnnie To - Hong Kong, 2003, 88’
O sargento Lo, director da divisão policial anti-crime, dá-se conta que a sua arma desapareceu durante um confronto com um gang. Ao longo de uma noite, uma equipa de polícias procura freneticamente pela arma que o colega perdeu. O director da unidade, não querendo que Lo, que está quase a ser promovido, se meta em sarilhos, dá-lhe algum tempo para recuperar a arma. Enquanto os dois polícias tentam encontrar a arma, antes que um dos membros do gang mate alguém com ela, os investigadores da polícia suspeitam de corrupção dentro da unidade. Um filme de acção frenético, pontuado por alguns momentos de humor, “PTU” é um dos melhores exemplos do virtuosismo de Johnnie To na realização.
Secção: Herói Independente

Trindade 2

Boxing Day

de Kriv Stenders- Austrália, 2007, 82’
Contado em tempo real e num único plano-sequência, “Boxing Day” documenta minuciosamente os acontecimentos ocorridos ao longo de uma tarde da vida de Chris – alcoólico em recuperação e pai alienado. A viver sozinho em prisão domiciliária, Chris está a preparar o almoço de Natal para a filha adolescente quando um velho amigo aparece e lhe relata a perturbante verdade sobre o novo namorado da sua ex-mulher. A tensão vai-se acumulando até ao ponto de não retorno. O filme documenta em meticulosos detalhes a lancinante jornada de uma família perigosamente à beira da desintegração. Concentrado e poderoso, “Boxing Day“ é um psicodrama que vive muito do carisma e forte presença do actor principal, também ele ex-condenado na vida real.
Secção: Observatório

quarta-feira, maio 07, 2008

Into the wild



"(...) Há tantas pessoas que vivem infelizes e que no entanto não tomam a iniciativa de alterar a sua situação porque ficam condicionadas a uma vida de segurança, conformismo e conservadorismo. Tudo isto pode parecer conferir-lhes paz de espírito. No entanto, na realidade, nada é mais prejudicial para um espírito aventureiro no interior de um homem do que um futuro seguro. O princípio básico do espírito livre de um homem é a sua paixão pela aventura. A alegria de viver provém dos nossos encontros com novas experiências, e por isso não existe maior prazer do que ter um horizonte em eterna mudança, para cada dia ter um sol novo e diferente."
[Carta de Christopher Johnson McCandless a Ronald Franz in "O lado selvagem", de Jon Krakauer]

terça-feira, maio 06, 2008

My Blueberry Nights


Wong Kar-way filma o amor. E a tradução dos títulos dos filmes, pelo menos em Portugal, está sempre a sublinhá-lo. "In the mood for love" (2000) - no original é canção de Bryan Ferry -, é "Amor à flor da pele"; o futurista "2046" (2004) é "Os segredos do amor"; e agora "My blueberry nigths" (2007) é "O sabor do amor". Já antes, "Chungkink Express" foi traduzido algures como "Amores Expressos". E seria possível fazer rewind até ao início, filme-a-filme, encontrando em todos esse denominador comum.
No entanto, o cineasta asiático, que nunca fecha os filmes, que se nos deixa entrar nunca nos deixa sair do seu universo, decidiu desenhar My Blueberry Nights a papel milimétrico. Tudo acontece na hora e lugar exactos. Nada falha. Pela primeira vez, tudo parece fácil, tangível. É o menos melancólico dos filmes que assina. E, apesar disso, mantém a beleza de todos os outros, se não mais. Beleza plástica. A fotografia, as cores, os planos são completamente arrebatadores.
De resto, a ideia de sempre está lá, mas desta vez, só em intenção: a distância, a impossibilidade, as pessoas que viajam sempre até não haver mais para onde viajar, as pessoas que se conhecem assim do nada. E que se perdem antes de se terem. As saudades das pessoas que nunca sabemos se voltaremos a ver. Um dia. O amor, claro.
Mas eu preferia que o beijo abrisse o filme em vez de o fechar. Que fosse realmente roubado e, por isso, sem continuidade. Que resultasse de uma espécie de engano ou de uma espécie de verdade que só existe inteira no momento em que acontece. Que a rapariga do coração partido (Norah Jones, suficientemente rústica) e o rapaz atrás do balcão do café, (Jude Law sempre a fazer dele próprio), também ele abandonado, nunca encetassem a história que até poderia ser de amor, mas não era. Porque o amor não é, como ali parece, o encosto de duas solidões.
Preferia que tivesse havido maior tensão quando a namorada russa de Law reaparece só porque sim. Quando o pai de Natalie Portman (fabulosa, fabulosa!) morre. E quando, naquela que é a melhor história das micro histórias todas, o dilacerado polícia alcoólico (David Strathairn), também ele abandonado pela mulher um par de anos mais nova (Rachel Weisz), sucumbe. Nenhuma das relações é suficientemente densa, realmente convincente, mesmo que todos os personagens, individualmente, funcionem.

Talvez se tudo ficasse mais longe do happy end, ficasse mais perto de Wong Kar-way. Talvez a chave do filme pudesse estar na frase dita por Jude Law: "Mesmo que se possua a chave, isso não significa que o que procuramos esteja dentro da porta que conseguimos abrir".

Pina Bausch week


COMPRO BILHETE PARA CAFÉ MULLER, SEXTA, DIA 9, ÀS 18.30, S.LUIZ, LISBOA!
"Às vezes 'cubro' muito... Acontece querermos exprimir alguma coisa e chegarmos muito perto do que queríamos dizer. Mas compreendemos que é tão importante que parece desajeitado mostrá-lo. Então, é como se quiséssemos vestir isso com outra coisa, porque descobri-lo parece uma operação delicada; tem-se medo. Trata-se de qualquer coisa que é demasiado grande. Não gostaria de causar mal-entendidos nem de parecer pretensiosa, mas penso que é assim. Existe qualquer coisa de muito mais sério do que aquilo que o público, em geral, pode ver. Existe qualquer coisa que não é exibido, porque eu quis escondê-lo. É, de todas as vezes, como se houvesse um grande conflito entre o que queremos tornar claro e essa qualquer coisa atrás de que nos queremos esconder..."
[L. Bentivoglio, Il teatro di Pina Bausch]

segunda-feira, maio 05, 2008

O handicap de Rui Rio

Já nem sou irónica se disser que aprendi a respeitar as políticas de Rui Rio, a quase gostar do presidente da Câmara do Porto. Sobretudo por comparação directa. O PS Porto está para Rui Rio como o PSD nacional para José Sócrates: faz corar de vergonha um calhau. Tivesse Rui Rio maior sensibilidade cultural, logo, mais inteligência, e até eu equacionaria contribuir para o seu terceiro mandato. Mas depois, em entrevista ao Jornal de Notícias, ele diz coisas assim: "A minha política continuará a ser a mesma. Não é seguramente continuar a ter meia dúzia de pessoas na assistência [no Rivoli]. Novos públicos, mensagens sofisticadas... para quem?" E isto, como amostra, não é só desmoralizador; é tão medíocre que é impossível respeitar.

Manuela Ferreira Leite vs Rui Rio

"Rui Rio tinha algumas características que eu considerava mais adequadas do que as minhas."
Manuela Ferreira Leite in Expresso, sábado, 3 de Maio

"A dra. Manuela Ferreira Leite tem o perfil de que o PSD precisa neste momento."
Rui Rio in Jornal de Notícias, domingo, 4 de Maio

quinta-feira, maio 01, 2008

Doc no Gato Vadio


"Os vários espaços da livraria Gato Vadio servirão de tela para a exibição de um conjunto de 16 filmes e 2 instalações. Através da diversidade de espaços de visionamento - três - procura-se recriar a multiplicidade de olhares que o documentário permite. Estamos longe da definição simplista deste género como representação da realidade ou verdade absoluta. Estes pontos de visionamento constituem-se como fragmentos da realidade e são, como afirmou John Grierson, um "tratamento criativo da realidade". A subjectividade é algo palpável e acompanha tanto o realizador como o espectador. Os vários locais de projecção simbolizam a fronteira entre o ficcional e o documental e o espectador escolhe a sua realidade, tal como o realizador nos deu a sua forma de ver o mundo."

Programa completo:
http://projectovideolab.blogspot.com/
http://www.projectovideolab.com/

"DOCUMENTE Videolab"
Sábado, 3 de Maio, 21h30
Entrada 1€
Gato Vadio