sexta-feira, fevereiro 26, 2010
quinta-feira, fevereiro 25, 2010
quarta-feira, fevereiro 24, 2010
A estrada larga da alma
A função essencial da arte
terça-feira, fevereiro 23, 2010
Blackbird no TNSJ
Texto de apresentação:
Sinais de fogo
segunda-feira, fevereiro 22, 2010
FCP 5 - Braga 1
sexta-feira, fevereiro 19, 2010
quinta-feira, fevereiro 18, 2010
"Que lareiras na floresta"
Depois de quatro décadas terem passado da estreia de Alberto Pimenta no mundo da literatura, impunha-se, defende Júlio do Carmo Gomes - que ajudou a seleccionar e a organizar os dispersos, e que é fundador da grande aventura que é o Gato -, esta reunião de vários dispersos do autor (inéditos e reedições de livros esgotadíssimos). Na sua maioria nunca publicados em livro, estes excertos de ensaios, performances, crónicas, entrevistas, guiões para televisão, traçam um itinerário sólido para quem quiser conhecer um dos mais importantes poetas e escritores de língua portuguesa. Ao longo do livro aparecem ainda alguns poemas que ancoram, contextualizam ou radicalizam ideias caras ao autor. Ou, simplesmente, tornam poéticas as visões e o labor criativo e criador do escritor.
quarta-feira, fevereiro 17, 2010
terça-feira, fevereiro 16, 2010
O amor antes da maioridade X
Sempre tive uma certa aversão pelos estatutos,
Por rótulos, títulos, etiquetas,
pelo conforto ilusório que concedem.
O pior é que quis ser teu namorado.
Aceitei-o como um acto de fé,
De amor.
Acabei cego, preso à fé,
E sem o teu amor.
Sacrifiquei-te, crucificando-nos.
Para te amar, aprendi,
não preciso de ser teu namorado.
c.a.
Estação
segunda-feira, fevereiro 15, 2010
domingo, fevereiro 14, 2010
PSD muda, rompe ou une?
sexta-feira, fevereiro 12, 2010
José Sócrates...
quinta-feira, fevereiro 11, 2010
O caixão político de Sócrates
quarta-feira, fevereiro 10, 2010
O seguro de vida de Sócrates
sábado, fevereiro 06, 2010
O amor antes da maioridade IX
Calaram-se os fados, os remotos poemas, as noites boémias,
Agora é o tempo em que as horas pararam,
Em que as pétalas, umas após outras, caíram.
Querida Wookie, minha querida,
Este é o lugar onde a loucura tomou conta de mim,
Onde os demónios me percorrem as veias,
Onde a chuva não pára.
Diz-me que o fim não terminou.
Saudades, oxalá não as tivesse.
A minha confiança repousa nos momentos que tivemos,
Momentos perdidos que a memória refresca,
Momentos em que os meus sonhos eram os teus.
Tu não sabes, esqueci-me de tudo,
Da Terra, do Sol, das estrelas.
Surgem só, incompletas, as reminisciências desse passado adorado,
Sou perseguido pela brisa do "passou", do "viveu", do "amou".
Do "morreu".
Diz-me que nada acabou, que tudo recomeça,
Diz-me que o presente não nega o futuro.
Deitar sonhos abaixo é o que mais me arrepia,
Ter-te feito isso, não entendo.
Fiz-te o que me fizeram, os motivos talvez tenham sido outros,
Se é que de alguma forma existem motivos para destruir sonhos.
Sei que nunca me vais perdoar
Porque destruí o teu sonho por dentro,
Uma implosão.
Odeio-me por isso, por não te merecer.
Odeio-te por isso, por não seres capaz de me perdoar.
c.a.
sexta-feira, fevereiro 05, 2010
O amor antes da maioridade VIII
Ontem acordei e sonhei que tinha um poema à minha frente.
Quando abri os olhos para o transcrever, já não me lembrei dele.
Tinhas apenas os três primeiros versos. O resto desapareceu.
As palavras eram de certeza minhas, as imagens e o resto.
"Gostava de abrir a gaveta onde ficaste,
Reencontrar o murmúrio que no silêncio ainda sussurra.
Não quero saber se a conjugação falhou."
Fecho os olhos e vejo de novo a carta. Na memória.
Eu sei que voltarás, talvez a tua forma seja diferente,
Como um fantasma, um sonho ou um pesadelo,
Mas sei que voltarás para me convencer que não estás ausente,
Sempre presente. Presente.
A que me guia, a que me deixa para trás,
E depois me ressuscita.
Não queria talvez falar, porque para toda a gente é fácil viver.
Mas se alguém me ouve, me compreende,
Peço-lhe para apertar a minha boca,
Peço-te que o faças. Com um beijo. Só.
Depois, à saída, olho outra vez para ti.
Levas contigo qualquer coisa de mim.
Tremo de frio. De medo.
O que importa é que naquele dia em que parece que as pessoas têm de amar-se mais do que nos outros dias, tenhas recebido aquelas rosas que na linguagem das flores querem dizer: obrigada por viveres na minha vida.
c.a.
quinta-feira, fevereiro 04, 2010
quarta-feira, fevereiro 03, 2010
segunda-feira, fevereiro 01, 2010
Mário Crespo: ele bem avisou que é o monstro da década...
Entrevistas não são nem duelos nem espaços para fazer sanduíches de queijo. São períodos de colheita de informação sobre factos e entrevistados. Se eles se revelam, são bem conseguidas; se não, falham.
Sai-se bem disposto e divertido. Factos e entrevistados revelaram-se, portanto a entrevista foi conseguida.
Já voltou a falar com ele depois disso?
Não conheço pessoalmente Valentim Loureiro. Se nos cruzarmos, claro que lhe falarei o mais cordatamente possível.
"Não tenho medo de ninguém! Quantos são?" Pode aplicar-se a si a frase que é dele?
Claro que tenho medos, mas julgo que reajo bem ao medo. “Medo de existir”, no sentido em que José Gil o define, isso não tenho. Pelo contrário. Como William Henley [poeta bitânico] escreveu no seu poema Invictus, “Eu comando o meu destino, eu comando a minha alma.” Não sou nem mais nem menos do que aquilo que faço de mim.
Já alguma vez sentiu vontade de tomar um Xanax (ou um sucedâneo) antes ou depois de uma entrevista?
E vontade de dizer: "Espere por mim lá fora, que eu quero continuar esta conversa"?
Normalmente sou muito selectivo com quem tenho conversas lá fora. Leva muito tempo a conseguir intimidade real comigo.
Numa eventual compilação de gafes televisivas, caberia a sua pergunta a Pedro Silva Pereira: "O tio era ou não tio do Primeiro-ministro"?
A resposta é a mesma que dei ao ministro. “Não brinque comigo com palavras, que eu também não brinco.”
Porque é que, depois dessa entrevista, sentiu necessidade de escrever uma crónica, no JN, a explicar por que razão não é insultuoso interrogar um membro do Governo sobre a existência de eventuais trocas de favores por dinheiro?
Não senti necessidade. Achei que era importante denunciar a visível indisponibilidade do Governo para enfrentar o problema do Freeport sem sofismas e optar por evasivas semânticas, estilo “Oh tio, oh tio”, com manobras de Chicoespertismo.
Assistindo às suas entrevistas, fica a impressão de que faz as perguntas ora na condição de jornalista, ora na de cidadão. Onde fica a fronteira?
Não há fronteira. O jornalista é um cidadão.
Sente que está naquela fase da carreira em que tudo lhe é permitido perguntar?
Não. Nunca faria perguntas de carácter pessoal que fossem ofensivas. Nem em estrevistas, nem em privado.
O que responderia a quem o acusa de confundir acutilância com vedetismo?
Mandava-os falar com o Ministro Silva Pereira.
Sentiu mesmo medo de entrevistar António Lobo Antunes? Porquê?
Claro que sim. Porque é um homem que nos conhece como povo melhor que ninguém e porque gosto muito dele. Intimida sempre gostar muito de alguém.
Essa confissão, logo à cabeça, terá contribuído para a sua nomeação na categoria de Melhor Entrevista do Ano para a primeira edição da cerimónia Monstros do Ano, cujo prémio será entregue na próxima quarta-feira. Prefere esta gala "alternativa" ou preza mais os clássicos Globos de Ouro?
Nem sabia que era o Monstro do Ano. Se sou, porquê só do ano? Eu ando nisto há pelo menos três décadas. Ao menos, o Monstro da Década.
Alguém disse que é o jornalista que mais elogios ouviu em directo. Para quem subscreve a ideia de que a morte é o preço a pagar pelo prémio que é a vida, o que representa poder presenciar, em vida, estes testemunhos?
Presumo que quem disse isso não tenha sido o Ministro Silva Pereira nem Valentim Loureiro...
Mário Crespo, o entrevistador, gostava de ser entrevistado por quem?
Até aqui, por sorte minha, tenho sido entrevistado por muito boa gente.
Em que patamar estaria o país se, no horário em que está, em vez de competir com as novelas da TVI tivesse que o fazer verdadeiramente, por exemplo, com a RTP N?
Seria um país diferente e eu não lido com cenário hipotéticos. Vou competindo com aquilo que se me depara.
De onde lhe veio a ideia de narrar acontecimentos históricos no momento em que está a ser apresentada a meteorologia?
É uma invenção pura e simples.
Como é que um jornalista com a sua experiência olha para a empresarialização do jornalismo?
Só há jornalistas com jornais. Só há entrevistadores de TV com estações de TV. Não existimos sem os suportes que nos alimentam. Temos que cuidar de todos.
Ter estado no desemprego aos 50 anos fá-lo estar mais ou menos solidário com os recentes despedimentos colectivos na profissão?
Solidário estarei sempre. O único conselho para os desempregados é procurarem emprego rapidamente. Foi o que fiz. Pensem também que há vida para além do jornalismo.
Afirmou, recentemente, em entrevista ao Diário Económico, que não votou em José Sócrates em 2005, mas que tenciona fazê-lo este ano. Afirmou-o antes de o caso Freeport ter ressuscitado. As notícias abalaram a sua intenção de voto?
Abalaram muito. Se o Ministro Pedro Silva Pereira me tivesse respondido que não havia possibilidade de haver trocas de favores por dinheiro no seu Ministério sentir-me-ia, como cidadão, mais seguro. Mas ele não consegui responder isso. Confio, como cidadão, que surjam alternativas que me encorajem a votar com entusiasmo e esperança.
O jornalismo representa necessariamente a verdade dos factos?
O jornalismo, para mim, representa sempre e só a busca da verdade dos factos.
É possível, hoje, fazer jornalismo sem folclore?
Com toda a humildade, eu acho que faço jornalismo sem folclore.
Continuar a desejar voltar a América significa que Portugal não é a sua casa, no sentido daquela frase que diz "My home is where my heart is"?
A minha casa é em Portugal e não tem hipotecas nenhumas, nem materiais nem afectivas. A América é e será sempre uma espécie de amante para mim.
Foi o único correspondente português acreditado na Casa Branca. Apesar de já ter dito que não votaria Obama, preferia estar lá agora ou na altura [1991-1998]?
1991/1998 foi um período muito interessante. Houve as lutas por Timor Leste e os escândalos da Fundação Luso-Americana. Foi tudo jornalisticamente muito activo e aumentei o meu clube de fans significativamente…
Com o seu imaginário todo sintonizado na América, quais são os seus filmes favoritos para os Oscars?
Digamos que o filme que eu mais gostei de ver ultimamente foi o Nixon/Frost. Antes da entrevista recomendei-o ao Ministro Silva Pereira. Ignoro se ele segui o meu conselho. Acho que lhe fazia bem vê-lo.
Mário Crespo: o fim da linha
Nota: Artigo originalmente redigido para ser publicado hoje (1/2/2010) na imprensa.