sexta-feira, fevereiro 05, 2010

O amor antes da maioridade VIII

Querida Wookie,

Ontem acordei e sonhei que tinha um poema à minha frente.
Quando abri os olhos para o transcrever, já não me lembrei dele.
Tinhas apenas os três primeiros versos. O resto desapareceu.
As palavras eram de certeza minhas, as imagens e o resto.

"Gostava de abrir a gaveta onde ficaste,
Reencontrar o murmúrio que no silêncio ainda sussurra.
Não quero saber se a conjugação falhou."
Fecho os olhos e vejo de novo a carta. Na memória.

Eu sei que voltarás, talvez a tua forma seja diferente,
Como um fantasma, um sonho ou um pesadelo,
Mas sei que voltarás para me convencer que não estás ausente,
Sempre presente. Presente.
A que me guia, a que me deixa para trás,
E depois me ressuscita.

Não queria talvez falar, porque para toda a gente é fácil viver.
Mas se alguém me ouve, me compreende,
Peço-lhe para apertar a minha boca,
Peço-te que o faças. Com um beijo. Só.

Depois, à saída, olho outra vez para ti.
Levas contigo qualquer coisa de mim.
Tremo de frio. De medo.

O que importa é que naquele dia em que parece que as pessoas têm de amar-se mais do que nos outros dias, tenhas recebido aquelas rosas que na linguagem das flores querem dizer: obrigada por viveres na minha vida.
c.a.

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