segunda-feira, setembro 08, 2008

Candidato à liderança do PSD sim; a Primeiro-ministro não


Luís Filipe Menezes assegura que não é sua intenção “desgastar a actual líder do PSD”, mas as críticas que lhe dirigiu, hoje, na Sic Notícias, foram mais corrosivas do que a apreciação feita pelo próprio primeiro-ministro. Entrevistado por Mário Crespo, no Jornal da Noite, o autarca de Gaia, que antecedeu Manuela Ferreira Leite na presidência do partido, acusou-a de “não apresentar propostas concretas capazes de mobilizar os portugueses”, optando por “um discurso [Universidade de Verão, em Castelo de Vide, após um mês de silêncio] deprimente, negativista, derrotista”. E foi mais longe: “Se o Governo não tem resultados, a Oposição também não dá horizontes”.


Menezes não perdoa a Ferreira Leite os quase sete pontos percentuais que separam, nas sondagens, o PSD do PS. “Isto, precisamente no pior período da governação de Sócrates”, contestou. O autarca não hesitou em defender um Congresso para encontrar um novo líder capaz de disputar as eleições legistativas – “Se as coisas não melhorarem, o PSD deve fazer uma reflexão no início de 2009 para encontrar um líder e rever a ideologia” –; nem exclui a hipótese de voltar a candidatar-se, mas apenas num contexto de liderança bicéfala, em que “o líder não seja o candidato a primeiro-ministro”.


Até lá, Menezes vai continuar a criticar o partido de que é militante. Não porque não se identifique com ele; mas por acreditar que é “da dialéctica do confronto que aparece a luz”. E ele, insiste, acredita na “regeneração do PSD”, embora defenda que, no futuro, “para fazer sentido num país assimétrico”, ele deve ser “descomplexadamente liberal”.

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