domingo, janeiro 06, 2008

Joaquim Vieira no Público


No jornalismo há pessoas assim, profissionais a sério, que foram dispensados, encostados, preteridos, banidos dos seus postos de trabalho sem que ninguém, pelo menos ninguém que não mande ou não tenha interesses económicos ou políticos ou comprometimentos de qualquer outra ordem igualmente suspeita, perceba porquê. Assim, de repente, e só para dar alguns exemplos óbvios, gostava muito de ver regressar Vicente Jorge Silva a qualquer função mais activa que não apenas a de cronista do Sol; gostava muito de ver regressar Joaquim Vieira à chefia de uma revista como a descaradamente assassinada Grande Reportagem. Noutro campo, gostava de ver regressar Francisco Amaral à sua Íntima Fracção na TSF, ou não necessariamente a essa estação mas a outra qualquer, em vez de ficar circunscrito ao blogue homónimo que criou; gostava, apesar de tudo, de ver regressar Francisco Sena Santos.
Na actual conjuntura, nada indica que possam, estes e tantos outros, voltar. Sobretudo agora, em contagem decrescente para a corrida ao novo canal. Há-de ganhá-lo, sem grande surpresa, quem melhor souber seduzir. E a sedução, aqui, terá muito pouco a ver com romantismo. Será preciso calar mais do que informar. A coragem, em 2008 como antes, não deverá ser premiada.
Seja como for, Joaquim Vieira, que passou pelo Expresso, pela Visão, pela RTP, pela GR, e é o actual responsável pelo Observatório da Imprensa, começa hoje um novo capítulo no Público como provedor do leitor. Sempre é melhor do que nada. A ver se desta vez não o calam...

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