É difícil perceber que característica melhor o define: se a resistência das pilhas Duracell, recarregáveis e mais duradouras que as outras, se a sensibilidade de menino guerreiro, que "precisa de um descanso, de um remanso, de um sonho". A verdade é que Pedro Santana Lopes, 53 anos, já foi deputado, eurodeputado, secretário de Estado, presidente de câmara, líder do PSD e até primeiro-ministro. E o cardápio de cargos poderia ser mais virtuoso se a todos eles não estivesse igualmente associada uma derrota ou uma desistência, que Pedro amua com facilidade.
Quem não se lembra da declaração pública que fez em 1998 a anunciar a desistência da vida política depois de ter ficado inconsolável com uma caricatura feita pelo Big Show Sic? Amuou, mas depois candidatou-se à Câmara de Lisboa. Ou, mais recentemente, de ter abandonado os estúdios da Sic Notícias, irritado por Ana Louranço ter interrompido a entrevista para mostrar em directo a chegada a Portugal de José Mourinho? Também travou guerras com Cavaco Silva em 1994, abandonando o Governo social-democrata. E nos congressos do partido garantiu sempre palco - o seu discurso é invariavelmente um dos mais aguardados -, mas nunca vitórias. Depois, a irritação passa-lhe e ele volta. Sempre. Com ambição renovada, que não há derrota que o faça eclipsar-se. Mesmo se já perdeu demasiadas vezes: dentro e fora do PSD. Foi fácil acreditar quando disse: "Vou andar por aí". É mais difícil acreditar quando agora garante: "Se sair do PSD, não voltarei." Pedro pode falhar, mas nunca deixa de tentar. Se o céu é o limite, só ele saberá.
Quem não se lembra da declaração pública que fez em 1998 a anunciar a desistência da vida política depois de ter ficado inconsolável com uma caricatura feita pelo Big Show Sic? Amuou, mas depois candidatou-se à Câmara de Lisboa. Ou, mais recentemente, de ter abandonado os estúdios da Sic Notícias, irritado por Ana Louranço ter interrompido a entrevista para mostrar em directo a chegada a Portugal de José Mourinho? Também travou guerras com Cavaco Silva em 1994, abandonando o Governo social-democrata. E nos congressos do partido garantiu sempre palco - o seu discurso é invariavelmente um dos mais aguardados -, mas nunca vitórias. Depois, a irritação passa-lhe e ele volta. Sempre. Com ambição renovada, que não há derrota que o faça eclipsar-se. Mesmo se já perdeu demasiadas vezes: dentro e fora do PSD. Foi fácil acreditar quando disse: "Vou andar por aí". É mais difícil acreditar quando agora garante: "Se sair do PSD, não voltarei." Pedro pode falhar, mas nunca deixa de tentar. Se o céu é o limite, só ele saberá.
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